quinta-feira, 3 de outubro de 2019

JESUS DÁ RESPOSTA A TRÊS PERGUNTAS

João 14.1-31 - 


O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 14, da parte III.
Breve síntese do capítulo 14
Em João 14, Jesus responde a uma pergunta de um de seus discípulos, Tomé, quando este não sabendo para onde ia Jesus, disse que não conhecia o caminho e Jesus lhe dá a resposta: EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA E NINGUÉM VEM AO PAI SE NÃO POR MIM.
Jesus disse que estava indo para algum lugar. Tomé, francamente, diz que não sabia para onde ele estava indo e, portanto não saberia o caminho. Jesus, então, ao invés de apontar caminhos ou um caminho que era o que se esperava, anula tudo e faz uma afirmação, uma declaração poderosa de que ele era o próprio caminho e não somente isso, mas a verdade e a vida!
Óbvio que o discurso de Jesus era sobre o Pai e sua morada nos céus e ele estava preparando os discípulos para o que iria acontecer em breve com ele quando morreria e depois ressuscitaria.
Quem começa o discurso do capítulo 14 é Jesus e quase todo ele é a fala de Jesus em resposta a três questões.
(1)   Primeira: a pergunta de Tomé sobre o caminho.
(2)   Segunda: a solicitação de Filipe para Jesus mostrar o Pai e isto bastar.
(3)   Terceira: a pergunta de Judas, não o Iscariotes, sobre que Jesus estaria para manifestar-te a eles e não ao mundo.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias, Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida (14.1-16.33) – começaremos a ver agora; e, C. A oração intercessória (17.1-26).
B. O discurso de despedida (14.1-16.33).
O discurso de despedida ocupa os capítulos 14 a 16. João registra as várias maneiras pelas quais Jesus confortou os seus discípulos enquanto eles enfrentavam a iminência de sua morte e quanto às provações que viriam nos anos seguintes.
Esse material está dividido em cinco seções: a. A morada (14.1-4) – veremos agora; b. O caminho (14.5-14) – veremos agora; c. O Espírito Santo (14.15-31) – veremos agora; d. A videira e os ramos (15.1-17); e, e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33).
a. A morada (14.1-4).
Ele começa dizendo para não deixarmos turbar os nossos corações. Essa passagem de consolo supremo foi oferecida por Jesus num momento de muito sofrimento por causa da iminente traição de Judas e da deserção de Pedro.
Além do que foi dada somente algumas horas antes da agonia do Getsêmani e do tormento da cruz (13.21). No entanto, suas afirmações estão impregnadas de um tom de paz sublime, cuja intenção era ministrar ao coração temeroso dos discípulos, e não focalizar nas dificuldades de Jesus.
Ele os confortava dizendo que na casa de seu Pai havia muitas moradas. A ênfase está mais na amplidão do que nos compartimentos. Embora o caminho seja apertado e a porta estreita (Mt 7.14), é também verdade que o número dos filhos de Abraão é semelhante à areia do mar ou às estrelas do céu (Gn 22.17), uma "grande multidão que ninguém podia enumerar" (Ap 7.9).
Cristo está preparando um lugar nos céus para os que lhe pertencem, e o Espírito Santo está preparando os eleitos aqui na Terra para habitarem no céu.
Jesus se referiu a si mesmo como aquele que serve de escada entre o céu e a terra (1.51), e será ele quem levará o seu povo para o céu.
Por isso que ele pode dizer que eles já sabiam e conheciam o caminho. Possivelmente essa frase teve a intenção de induzir a pergunta receosa de Tomé e assim dar oportunidade para Jesus dar a sua resposta sublime.
b. O caminho (14.5-14).
Diante da pergunta de Tomé ele pode responder:
ü  Que era a verdade - não apenas aquilo que está de acordo com a realidade, mas também o que é completo e perfeito, em contraste com as coisas que começam e ficam incompletas.
ü  Que era a vida - não apenas a existência, que, aliás, é eterna para todas as pessoas, mas uma plenitude de vida em perfeita realização com o propósito de Deus (1.4).
ü  Que era o caminho - ninguém vem ao Pai senão por ele. Uma afirmação poderosa do caráter exclusivo de Cristo como o caminho para a salvação. Propor e afirmar outros caminhos é iludir as pessoas e desfazer a necessidade da encarnação e redenção de Jesus (At 4.12; Rm 10.14-15; l Jo 5.12).
Todas as bênçãos nomeadas anteriormente são resumidas no conhecimento de Deus, que é muito mais do que uma percepção intelectual, pois envolve um compromisso de coração.
Felipe não resistiu e foi muito objetivo. Ele queria ver o Pai e isso bastava a ele e aos demais, assim entendia. O pedido de Filipe revela o seu equívoco, porém fornece a oportunidade para o comentário que vem em seguida.
Jesus lhe responde que quem o vê, vê o Pai. Essa afirmação não é uma negação da distinção das pessoas da Trindade, mas sim uma recusa ao pedido de Filipe para fornecer revelações adicionais do Pai. Jesus é a revelação mais completa do Pai que o mundo já viu, ou precisa ver.
Ele continua a dizer e a explicar que ele estava no Pai, e o Pai, nele. É uma união reciproca em 10.38 (veja o vs. 20; 17.21).
Há três uniões magnificas proclamadas pela Escritura:
ü  A união das três pessoas da Trindade  num único Deus.
ü  A união da natureza divina e humana na pessoa de Jesus Cristo.
ü  A união de Cristo com o seu povo na realização da redenção.
O Pai e o Filho trabalham em perfeita harmonia; portanto, os milagres que Jesus realizou são evidências dessa cooperação perfeita entre Pai e Filho.
A História tem demonstrado que aqui, Jesus não está afirmando – vs. 12 - que cada cristão fará milagres maiores do que ele fez.
Essas obras "maiores” podem se referir a viver no poder do Espírito Santo que ele derramaria sobre os seus depois que fosse para o Pai. Também é possível que Jesus estivesse se referindo ao trabalho ministerial feito no poder do Espírito Santo, que seria "maior" do que o de Jesus em relação ao seu alcance geográfico e numérico.
Jesus para consolá-los faz uma promessa poderosa a eles e a todos nós no vs. 13, pois tudo quanto pedirmos em meu nome, ele nos concederá a fim de que seu Pai seja glorificado.
Não é uma garantia de que Deus nos dará, automaticamente, qualquer coisa que pedirmos em oração simplesmente por acrescentarmos ao final "em nome de Cristo", como se fosse uma fórmula mágica.
Orar no nome de Jesus é orar corno o seu representante, especialmente aqueles nomeados para exercer a sua autoridade e, portanto, de acordo com a sua vontade. Jesus estava, principalmente, assegurando aos seus apóstolos, seus representantes com autoridade dada por ele, que Deus atenderia   às suas orações no decurso de seus respectivos ministérios.
Essa garantia também se aplica, em menor grau, à igreja, que também representa Cristo na terra (veja 1 Co 5.4), embora com menos autoridade do que os apóstolos. Veja também 15.7,16.
Tudo isso a fim de que o Pai fosse glorificado no Filho. O relacionamento íntimo entre as pessoas da Trindade é manifestado na doutrina da oração.
Aqui, o Filho é apresentado como fazendo o que é pedido; em outras passagens, é o Pai quem concede (15.16: 16.23).
Aqui, o Pai é glorificado no Filho pela eficácia na resposta da oração. O Espírito Santo nos ajuda em nossas orações e intercede por nós (Rm 8.26-27), e Jesus Cristo também intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). Essas declarações são todas verdadeiras e elas não são contraditórias; elas se complementam.
c. O Espírito Santo (14.15-31).
O que eles pedissem em oração, Jesus atenderia para a glória do Pai – vs. 14 –, mas tinha uma condição importante que provaria que eles o amavam: eles deveriam guardar os seus mandamentos.
A verdadeira prova de amor não é uma expressão oral, mas um modo de vida em obediência. A desobediência persistente e teimosa fornece boas razões para duvidarmos da realidade do amor, ainda que seja confessado (vs. 21,23-24).
Assim sendo, ele rogaria ao Pai, e ele daria a eles outro Conselheiro. Tanto o Pai como o Filho estão envolvidos no envio do Espirito Santo, que é chamado de:
ü  O Espírito de Deus (Gn 1 2; Rm 8.9).
ü  O Espirito do Senhor (Is 11.22).
ü  O Espirito de vosso Pai (Mt 10.20).
ü  O Espírito de seu filho (Gl 4.6).
ü  O Espírito de Jesus (Fp 1.19).
ü  O Espírito de Cristo (1Pe 1.11).
Ele é que é o outro Consolador, o Espírito Santo, que no Pentecoste iniciaria um relacionamento profundo com os cristãos. Algo que ninguém ainda havia experimentado, é enfatizado aqui. O discurso de despedida de Jesus diz respeito, compreensivelmente, a essa verdade gloriosa (vs. 26; 15.26; 16.7-15).
O termo "Consolador” ("Paracleto”) era utilizado na linguagem jurídica para indicar o advogado de defesa (I Jo 2.1); porém, em termos gerais significa alguém que é "chamado para prestar socorro”. Jesus vinha sendo esse auxilio para os seus discípulos, mas após a sua ascensão, o Espírito Santo ocuparia essa função.
Esse termo enfatiza não apenas a personalidade do Espirito Santo como alguém distinto do Pai e do Filho, mas também a sua união perfeita com eles na obra da redenção.
Ele também é chamado de o Espírito da verdade. O Espirito está em associação perfeita com o Pai (Is 65.16) e com o Filho (Jo 14.6).
O mundo - a humanidade pecadora, em contraste com o povo redimido de Deus (15.18-19; 17.9; I Jo 2.15-17; 4.5: 5.4-5,19) – não poderia recebê-lo porque não o viam nem o conheciam, mas os discípulos o conheciam e vivia com eles e estaria com eles – vs. 17. O Espirito habita no coração, na vida, no corpo e na alma de cada cristão (1Co 3.16-17; 6.19; 2Co 6.16; Ef 2.21).
Jesus então diz que não os deixará órfãos, mas voltará para eles. Refere-se, principalmente, à vinda do Espírito Santo no Pentecostes, mas também à esperança da igreja: o glorioso Mediador. Jesus Cristo, voltará para buscar os remidos (vs. 3,18,28).  
A vida se encontra somente em Jesus (1.4; 14.6), por isso pode dizer que ele vivia e, portanto, todos nós também vivemos – vs. 19; 11.25-26. E promete que naquele dia entenderíamos que ele estava no Pai, e ele nos seus discípulos, e os discípulos nele.
Do mesmo modo que há reciprocidade de vivência interior, há também amor mútuo e profundo. Amar implica revelação; a indiferença impede o conhecimento.
Judas entendeu corretamente a afirmação de Jesus, mas suas expectativas a respeito do Messias provavelmente incluíam um triunfo político que seria visível para todos, talvez por causa das imagens apresentadas em Hc 3.3-15 e Zc 9.9-17. Jesus reforçou a necessidade de obediência.
Jesus continua a fortalecer seus discípulos, agora fazendo promessa de neles fazer morada. Na verdade, o Espírito Santo, o Pai e o Filho, todos moram dentro do cristão (Rm 8.9-11; Ap 3.20).
Existe harmonia perfeita entre o ensino do Pai e o ensino do Filho (7.16; 14.10), por isso que quem o amasse, guardaria as suas palavras, pois elas não eram dele, mas do Pai.
Jesus falava e ensinava, mas prometia o Espírito Santo, a quem o Pai enviaria.
Em 15.26 é o Filho quem envia o Espírito. Logo, o Pai e o Filho cooperam para enviá-lo. Ele ensinaria todas as coisas a eles. Ou seja, todas as coisas de que eles precisariam saber para cumprirem a sua missão (16.13). Também haveria de lembrá-los de tudo o que Jesus tinha dito.
O ensino do Espírito Santo está em total harmonia com os ensinos de Jesus, e ele auxiliará a memória humana frágil e assegurará que as palavras de Jesus sejam preservadas para instruir o povo de Deus (Mt 24.35).
Essas promessas aos apóstolos foram cumpridas na pregação apostólica e na inspiração dos escritos do Novo Testamento. Num certo sentido, essas promessas continuam sendo cumpridas à medida que o povo de Deus é relembrado e ensinado por meio da Escritura inspirada.
A igreja cristã é apostólica porque os apóstolos, pelo auxílio especial do Espírito Santo, perpetuaram e esclareceram os ensinos de nosso Senhor.
Finalmente, Jesus deixava a sua paz para eles. Uma frase hebraica comum que é usada tanto para saudar como para se despedir. Jesus usou essa frase num sentido novo e mais profundo: a sua paz é a firmeza e segurança de alguém que estabeleceu a salvação, alguém que está reconciliando com Deus.
Essa paz é algo que o mundo nunca poderá oferecer, e foi comprada com a morte e ressurreição de Jesus (cf. At 10.36; Rm 5.1;14.17; Ef 2.14-17; Fp 4.7; Cl 3.15). Ela é a solução para todos os medos (vs. 1) e o legado que Jesus nos deixou como seus herdeiros.
O retomo de Cristo para o Pai e a sua segunda vinda finalizam a sua obra de mediação (vs. 3). Sua ascensão põe fim ao período de sua humilhação (isto é, sua vida terrena e o seu ministério) e inicia a sua glorificação. Ele irá receber glória muito maior quando retornar para conquistar todos os seus inimigos e santificar definitivamente os cristãos.
Aquele que ama a Cristo deve almejar vê-lo glorificado (cf. Ap 1.5-6).
Essa afirmação “o Pai é maior do que eu” – vs. 28 - deve ser entendida à luz do testemunho desse Evangelho quanto à completa divindade do Alho e sua igualdade e unidade com o Pai (1.1; 10.30; 14.9).
Aqui, o contexto indica a disposição do Filho de se tornar 'menor' ao abdicar voluntariamente de sua glória como Filho divino de Deus, e seguir pelo caminho da humildade e obediência ao Pai por meio de sua encarnação e morte sacrifical (Fp 2.6-11).
O cumprimento da profecia de Jesus confirmaria a origem divina da sua missão reta (Dt 18.22).
Ele então fala do príncipe do mundo que estaria por vir. Refere-se a Satanás (cf. 12.31; 16.11) e ao sofrimento temporário que Jesus experimentou durante sua prisão, julgamento e crucificação.
Dele, Jesus comenta que nada tem em comum. Essa é uma reafirmação da natureza sem pecado de Jesus (vs. 31; 8.29,46; 2Co 5.21; Hb 7.26-27). Ele é o único membro da raça humana de quem se pode fazer essa afirmação. A obediência que Jesus exigiu de seus discípulos foi exemplificada em seu próprio ministério terreno (Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8).
Estava chegando a hora! Eles se levantaram para saírem dali. Essa declaração de saírem seria bastante apropriada se Jesus e os discípulos estivessem deixando o cenáculo; porém, parece que os caps. 15-17 ainda se referem a esse lugar. Várias opções são possíveis, conforme a BEG:
(1)   Jesus fez menção de sair, mas transcorreu um período de tempo até que eles deixassem o cenáculo.
(2)   Eles saíram imediatamente, porém Jesus continuou o seu sermão a caminho do Getsêmani. Essa opção faria da oração em Jo 17 um contraste nítido com a agonia experimentada no jardim.
(3)   João organizou o seu material em tópicos, e não em ordem cronológica.
(4)   Essa declaração de Jesus foi um desafio para se encontrar com Satanás, e não uma ordem para deixar o cenáculo (isto é, levantai-vos e vamos encontrar o inimigo).

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