quarta-feira, 22 de abril de 2020

Não fale com pressa, aflição ou raiva.


Gritaria Irritada Da Jovem Mulher Gritar Louco Irritado Da Mulher ...

Um antigo provérbio afirma que “Deus fez o homem com dois ouvidos e apenas uma boca, porque ele deve ouvir mais e falar menos”.

A verdade é que falamos muito.
Falamos o que não devíamos falar, quando não deveríamos falar e a quem não deveríamos falar. Falamos coisas que não edificam, palavras que não abençoam, fazemos críticas que destroem e empregamos palavras descaridosas. Nem sempre falamos a verdade sobre os outros, mas mesmo que falemos a verdade, deveríamos ou precisávamos falar?

Por isto a Bíblia dá, três grandes recomendações sobre a linguagem.

Primeiro, não fale apressadamente.
No Salmo 31.22 lemos: “Então disse na minha pressa: extou excluído da tua presença”. A pressa é inimiga da perfeição, e falar apressadamente nos compromete e leva-nos a dizer as coisas irrefletidamente, sem medir as palavras, sem ponderar. Quando estiver sob pressão para responder rápido, mesmo assim, peça um tempo para refletir, orar, diga que sua opinião ainda não está claramente formada, mas não fale sem pensar.
A Bíblia diz que “peca quem é precipitado”. A precipitação, o ímpeto, a pressa podem nos levar a dar respostas equivocadas, comprometedoras e infundadas, e a nos equivocarmos profundamente sobre o assunto.

Segundo, não fale na aflição.
O coração aflito, desesperado, deprimido, fala muita coisa tola.
No Salmo 77.10 o salmista diz uma série de impropérios contra Deus, questiona o cuidado de Deus, relativiza as promessas de Deus, para depois reconhecer: “Então, disse eu: Isto é a minha aflição”.
Na hora da aflição e da angústia fazemos leituras pessimistas e nos tornamos inquisitoriais, até mesmo contra Deus. Por isto, feche a boca, cale-se quando o coração estiver aflito e a dor estiver batendo à porta. Quando estamos assim, sempre fazemos leituras distorcidas dos fatos.

Não fale com raiva
A Bíblia diz: “Longe de vós toda ira, cólera, gritaria”. Quando estamos zangados ou irritados, fazemos declarações que causam profundas feridas. Casais perdem o respeito e a sensibilidade quando gritam, agem com altercação e ira.
Com raiva falamos sem pensar, vociferamos, perdemos a razão e o bom senso. A ira é má conselheira, e quando estamos com raiva somos propensos a revelar um coração néscio, arrogante e ferino. Por isto, não fale com raiva.

Espere a poeira baixar, diminua o volume da voz, considere se o que está dizendo é justo, não faça julgamentos, e mesmo que o que você estiver dizendo for justo, reflita se vale a pena dizer. “A língua serena é arvore de vida, mas a perversa quebranta o espirito” (Pv 14.4). Portanto, não fale com raiva!

A Bíblia faz muitas considerações importantes sobre a língua, mas para concluir, queria cita mais um provérbio: “como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a boa palavra dita a seu tempo” (Pv 25.11). Não é esta uma belíssima imagem?

Não fale com pressa!
Não fale na aflição!
Não fale com raiva!

Rev Samuel Vieira.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Coronavírus e o fim do Mundo



Imagem da história para imagem coronavirus de BBC Brasil


Épocas de catástrofes tornam-se propensas para apocalipticismo, fatalismos,  catastrofismos e teorias conspiratórias. É uma tentativa humana de organizar o caos, o nonsense, o absurdo. Busca-se, filosoficamente, explicar o trágico e a dor, controlar o desorganizado e caótico. No meio deste imbróglio, se a explicação estiver associada a Deus então ela passa a ter um peso ainda maior. Afinal, o sobrenatural explica tudo...

Neste ambiente, surgem algumas questões: “O que Deus tem a ver com tudo isto?”, “O caos seria uma forma de juízo de Deus?”, “A pandemia é uma forma de Deus punir os homens pelos seus pecados?”. Pregoeiros do juízo final logo dirão que sim, afinal, muitos relatos do Antigo Testamento associam, diretamente, tragédias e guerras a pecados de indivíduos ou nações. Seria hoje diferente?

O problema é que respostas simplistas são ineficazes. Diante da profunda dor de Jó, seus amigos tentaram dar explicações. Eles não tinham dúvida de que, se Jó estava sofrendo tanto, era por causa de seu pecado e sua dor era resultado do juízo de Deus. Entretanto, no desenrolar do texto, percebemos que Deus e o sofrimento não poderiam ser facilmente explicáveis como em uma equação do tipo 1+1=2. E isso é porque a dor transcende em muito nossas respostas organizadas e previamente estabelecidas.

O livro de Jó demonstra que “Deus é grande e não o podemos compreender” - (Jó 36.26) e que “Ele faz coisas grandes que não compreendemos” - (Jó 37.5). O próprio Jó, depois de suas elucubrações teológicas, reconhece: “Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” - (Jó 42.3).

A dor, o mal e a morte são três problemas que os homens nunca conseguiram explicar, nem com toda sua ciência e pesquisa. Melhor que perguntar o porquê das coisas seria perguntar o para quê. Talvez o grande desafio não seja explicar a pandemia e o caos, mas perguntar:  como ser melhor cidadão, melhor cristão, melhor pai, filho, amigo e irmão? Como ajudar aqueles que experimentam a dor e enfrentam perdas na família, que são irreparáveis; e perdas financeiras, que, embora reparáveis, geram muitas aflições e desconforto?

O coronavírus não é o fim do mundo, mas seus efeitos têm sido devastadores. Precisamos nos cuidar, proteger os mais vulneráveis, amparar uns aos outros. Isso é mais importante que responder questões filosóficas do tipo: “Deus está julgando o mundo?

Respostas a problemas complexos não são simples. Contudo, fazer uma ligação telefônica, ajudar os idosos a superarem esse momento de solidão, dar suporte financeiro aos necessitados e amparo aos que sofrem é muito mais eficaz que equacionar a tragédia, já que esses mistérios pertencem aos insondáveis mistérios de Deus. 

Rev Samuel Vieira.

CORONEL JOÃO DOURADO (1854-1927)

Alderi Souza de Matos João da Silva Dourado nasceu em Caetité, sul da Bahia, no dia 7 de janeiro de 1854. Era filho de João José da Silva Do...