Entre horários adquiridos em canais fechados, abertos VHF e UHF, a soma
de pregação cristã na TV por assinatura já soma mais de 4.800 horas
todos os meses. Em média, os assinantes têm cerca de 160 horas diárias
de programação com temática religiosa nos mais diversos canais. Cerca de
dez anos atrás esses números eram ao menos 50% menores, segundo dados
obtidos pelo UOL.
Rede Vida, Canção Nova, TV Aparecida, Rede Gospel, Igreja Mundial, Canal
21, RedeTV! e Band, além dos aluguéis de horários pela Universal na
Record. Até a Globo cede uma hora por semana à Igreja Católica. O SBT é a
única emissora que não tem igreja.
O crescimento avassalador das TVs religiosas na TV fechada se deve não
apenas à compra de novas emissoras por católicos e evangélicos, mas
principalmente pela locação de horários de programação que foram criados
com outros fins, como a TV Ideal, criada como um canal corporativo pelo
Grupo Abril, mas hoje praticamente lotada pela Igreja Mundial do Poder
de Deus.
Outros canais, como o Gospel, conseguiram obter recentemente uma nova
concessão em algumas operadoras, reproduzindo fenômeno que já ocorre há
anos com os canais esportivos: o chamado "milagre da multiplicação de
canais" (SporTV1, 2, 3; Fox Sports 1,2 etc).
Apesar da "overdose" de pastores na TV, eles não estão muito distantes
em proporção da ladainha esportiva: há cerca de 4.600 horas mensais de
programação só de esportes. A programação infanto juvenil é ainda maior:
5.760 horas mensais -- a mesma soma dos chamados canais de variedades.
Os canais com maior volume de horários na TV por assinatura são os de
filmes e séries (inclusive sobre assombrações): são quase 13 mil horas
desse tipo de conteúdo por mês.
O problema é que boa parte dos filmes e episódios são repetidos várias vezes por mês.
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