segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Raposas & Raposinhas!!!



“Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor” (Ct 2.15), essas são palavras de Salomão a respeito daquilo que pode destruir uma vinha.Se entendermos a nossa vida como uma vinha seremos cônscios de que esse texto infelizmente pode se aplicar totalmente a nossa geração.
A pecaminosidade está banalizada a tal ponto, que não há mais vergonha pelos pecados cometidos. Se olharmos para a nossa história recente e fizermos a seguinte pergunta: “quando foi a última vez que saímos dos nossos cultos aos prantos em virtude dos nossos pecados e por termos sido quebrantados pelo Santo Espírito de Deus?” A resposta chega a ser dantesca. Ao que nos parece, não há mais confissões de pecados em nossos cultos. Há um ensino distorcido que os pecados que devem ser confessados são aqueles que chocam e/ou que causam situações vexatórias. Se não houve um adultério, um grande roubo, e/ou, na pior das hipóteses, um atentado contra a vida de alguém, então não houve pecado para que seja necessário uma confissão e muito menos arrependimento. Pelo que podemos observar essa é a prática adotada hoje na maioria das igrejas.
O texto de I João 1.9, “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”, ao que parece só se aplica unicamente aos casos dos grandes pecados, porém estamos nos esquecendo das raposinhas que podem devastar toda uma vinha.
Em seu livro, Pecados e Pecadinhos, o Dr. Russell Shedd faz uma analise de uma série de pecados que deixamos passar com tanta facilidade que, sem que percebamos, nos torna insensível à voz do Santo Espírito e acaba por nos afastar de Deus. Em nossa insensibilidade culpamos de A a Z . Culpamos a Deus que parece que não quer mais falar conosco, quando na realidade somos nós que por conta dos nossos pecados nos distanciamos Dele. Culpamos o diabo, pois ele já é mentiroso e homicida desde a eternidade. É mais fácil condenar e repreender a ação do diabo em nossas vidas, do que reconhecermos que somos pecados e que carecemos desesperadamente da graça de Cristo Jesus em nossos corações.
Os discursos que saem hoje dos púlpitos das igrejas são humanistas e antropocêntricos e só massageiam o ego dos ouvintes, que ao final de uma preleção recheada de uma verborragia emotiva e de vários versículos fora dos seus contextos são convidados a aceitarem a Jesus como salvador. Tais conversões estão longe de serem verdadeiras e cristocêntricas. São conversões por conveniência. Os “convertidos” só ficarão nas igrejas enquanto se sentirem bem ou abençoados.
As mensagens de hoje não mais denunciam os pecados dos homens e nem expressam uma real necessidade de que tais homens se arrependam, e assim confessem seus pecados, antes elas promovem uma salvação sem que haja necessidade de arrependimento e perdão de pecado sem a confissão dos mesmos. Nada poderia está mais longe da realidade bíblica.
Retornamos, então, ao texto de Cantares de Salomão que nos exorta que devemos apanhar as raposas sem que nos esqueçamos das raposinhas, pois estas devastam toda uma vinha. As pregações de hoje só condenam os grandes pecados, mas daí nos vem a seguinte a indagação: “Para Deus a pecado pequeno e pecado grande?” O que a Bíblia nos mostra é que, pecado é pecado e ponto final. Tanto faz que matemos, roubemos ou tão somente que cometamos um simples ato de desobediência, para Deus tais coisas são pecados e que não podem ficar impunes.  
As raposinhas vão penetrando em nossas vidas e corações e por fim se entronizam em nosso viver a tal ponto que nos tornamos seus reféns e isso é algo terrível, pois nos impede de crescermos na graça e no conhecimento.
As raposinhas podem assumir quaisquer formas. Podem ser o mau hábito de colar nos trabalhos escolares, amizades errôneas, atos furtivos de desobediência aos pais, relações amorosas com descrentes, calúnias e falsos testemunhos, arrogância, orgulho, soberba, guardar ira, fomentar intrigas, e tantas outras cousas se enquadram nesse contexto e que as ignoramos por não serem “grandiosas”.  Essas raposas nos roubam o tempo que teríamos que dedicar à estarmos na presença do Nosso Pai Celeste, nos tira dos cultos das nossas igrejas e da comunhão com os nossos irmãos. Com o passar do tempo, não temos nem mais prazer em meditar nas Escrituras, pois precisamos alimentar as nossas raposinhas. E ainda pousamos de santos, e batemos no peito e bradamos: “não roubo, não mato e nem faço outras coisas desse gênero, então não sou tão pecador assim”, esse discurso é fruto de um coração endurecido, de uma mente embotada e corrompida pelo pecado a ponto de causar tamanho grau de cegueira espiritual que não enxergamos que estamos mortos e distantes, muito distantes de Deus e de sua graça.
Somos uma geração mimada e cheia de gostos duvidosos, pois coamos um mosquito e nos engasgamos com um camelo (Mt 23.24). Deveríamos andar na contramão do mundo, mas não tem sido essa a nossa prática, antes temos permitido que o mundo adentre em nossas igrejas por conta da nossa conduta, e assim cada vez mais nos assemelhamos ao mundo e nos distanciamos de Deus.
Porém Deus em seu rico e imerecido amor no convoca a Ele: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: ‘Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus, porque ele é misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade... ’” (Jl 2.12-13)
Que sejamos sóbrios e vigilantes para que não permitamos que as raposas e raposinhas devastem as nossas vidas com Deus!!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

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