sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Autoconfiança – Por João Calvino.

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Por esse motivo, aquele que pensa estar de pé, preste atenção para que não venha a cair (1Co 10:12).
- Paulo conclui, à luz do precedente, que não devemos ensoberbecer-nos de como começamos, ou de nosso progresso, de modo a nos tornarmos complacentes e indolentes. Pois os coríntios se sentiam tão vangloriosos de sua própria situação que se esqueceram de quão fracos eram, e caíram em muitas práticas vergonhosas e nocivas. Mergulharam numa injustificada autoconfiança, semelhante à que os profetas estavam sempre a condenar no povo de Israel. Porém, visto que os papistas torcem este versículo com o fim de estabelecer seu ímpio dogma de que devemos viver sempre num estado de incerteza no tocante à fé, notemos bem que existem dois gêneros de confiança.
Um repousa nas promessas divinas, de modo que o crente é convencido, em seu coração, de que Deus jamais o deixa, e, escudado nesta invencível convicção, ele enfrenta a Satanás e ao pecado, alegre e destemidamente. Ao mesmo tempo, contudo, rememorando suas próprias fraquezas, ele se abandona em Deus, em temor e humildade, e, em sua angústia, se confia a ele de boa vontade. Este tipo de confiança é algo santo e saudável, e não pode ser alienado da fé, como é evidente de muitas passagens da Escritura, especialmente Romanos 8.33. O outro tipo de confiança tem suas raízes na indiferença, quando os homens ardem de orgulho em virtude dos dons que possuem, e vivem completamente despreocupados sobre sua própria situação, senão que, ao contrário, aquiescem nela como se estivessem fora do alcance de qualquer perigo; com o danoso resultado de se verem expostos a todos os ataques de Satanás. E este tipo de confiança que Paulo deseja que os coríntios renunciem, porquanto ele percebia que sua presunção repousava numa crença irracional. Não lhes diz, porém, que vivessem num estado de ansiedade e in certeza quanto à vontade de Deus, ou que alimentassem medo de que a sua salvação não fosse algo definido e definitivo, segundo imaginam os papistas. Sumariando, lembremo-nos de que Paulo está falando a homens que viviam convencidos em razão de uma equivocada confiança no ser humano, e ele está procurando pôr fim a tal fraqueza, a qual teve sua origem na dependência humana e não na divina. Pois, após louvar os colossenses por sua solidez ou 'firmeza na fé' (Cl 2.5), convida-os a permanecerem firmes, radicados em Cristo, e a serem "edificados nele e estabelecidos na fé" (Cl 2.7).

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