SERMÕES




TEMA: SUSTENTANDO OS FUNDAMENTOS?
texto: Salmos 11
INTRODUÇÃO
Ruy Barbosa de Oliveira Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais. Ele disse uma frase que acabou se tornando uma profecia:
De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
1. Inversão de Valores - Estamos vivendo a inversão dos valores na sociedade contemporânea: A profecia de Rui Barbosa está se cumprindo: As pessoas parecem que têm vergonha de ser honestas.
A violência chegou a um nível insuportável. No Rio de Janeiro quatro jovens arrastaram um menino de seis anos pelas ruas da cidade preso ao sinto de segurança por sete quilômetros.
Detalhe: o menino era da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca e o líder dos bandidos freqüentava igreja evangélica.
Vivemos numa sociedade onde a criminalidade parece estar fora de controle. O tráfico é um poder paralelo que desafio o Estado de direito.
1. A infidelidade.
Vivemos numa sociedade onde a fidelidade parece ser uma virtude pré-histórica. A infidelidade conjugal está chegando a níveis intoleráveis.
2.A corrupção moral.
Vivemos num país onde a corrupção se tornou uma epidemia a ponto da três classes que deveriam ser o principal referencial de ética no país, são as três classes mais desacreditadas da nação: POLÍTICOS, POLÍCIA E PASTORES..
3. A decadência espiritual das igrejas.
 As igrejas evangélicas até alguns anos eram guardiãs dos valores absolutos, hoje muitas igrejas tornam-se covil de salteadores.
A igreja está sendo mais conhecida nas páginas policiais do que pela sua vida piedosa.
O povo chamado cristão era considerado até a alguns anos como referência de honestidade, hoje ser evangélico está se tornando sinônimo de caloteiro, de mal pagador, de mau caráter. .
Quando os fundamentos estão destruídos, a população se desespera
NARRAÇÃO:
O texto que nos lemos descreve Davi  sendo perseguido por Saul. Saul queria matar Davi e o procurava pelas cidades, campos, desertos e cavernas.
Ele era o rei, ele era a lei, ele era a força. Ele não tinha a quem prestar contas. Ele era absoluto. Ele oprimiu, perseguiu e matou. Ele estava acima da lei.
Quando reina a opressão, o povo se desespera. Quando faltam critérios de justiça o povo geme. Quando os valores estão invertidos, a população se desespera.
I. O PROCESSO DA DESTRUIÇÃO DOS FUNDAMENTOS
Toda a era moderna foi uma tentativa de destruir os fundamentos antigos e erigir em seu lugar novos fundamentos. Jesus, porém, alertou: “Aquele que ouve a sua Palavra e não a coloca em prática é como um homem que constrói sua casa sobre a areia”.
Nossa sociedade não tem verdade absoluta. Acabaram os limites. Acabaram os princípios. Os marcos antigos foram removidos. Voltamos ao período dos Juízes de Israel, cada um faz o que acha que deve fazer. A própria Igreja Evangélica está confusa.
Na década de 1990 a 2000 crescemos 58% no Brasil, mas o país não mudou. As pessoas entram na igreja, mas não são transformadas. Constroem sobre a areia. O evangelho não está presente mais nos púlpitos. Os pregadores estão atrás de aplausos e riqueza em vez de buscarem a glória de Deus e a salvação dos perdidos.
No passado, as pessoas argumentavam em torno do que é certo e errado; do que é verdadeiro e falso. Hoje as pessoas negam o conceito de moralidade e verdade. Eles colocam seus sentimentos acima da verdade de Deus.
O PRAGMATISMO domina a ação do governo, das instituições de ensino e também das igrejas. O importante é levar vantagem. O importante é o sucesso.
O que importa não é a verdade, mas o que funciona. Não me interesso pelo certo, mas pelo que dá certo. O que importa é fazer a igreja crescer, mesmo que para isso eu precise sacrificar a verdade.
O pragmatismo está dominando as igrejas. Estamos vendo hoje o evangelho de consumo. As pessoas pregam o que o povo quer ouvir. Não há mais pregação poderosa; o povo quer testemunhos. As pessoas não querem mais a exposição das Escrituras, mas a revelação profética das últimas novidades.
VERSO 1 - O CONSELHO INSENSATO DOS MEDROSOS.
Os amigos de Davi lhe aconselham: FUJA! ESCAPE! Não enfrente o inimigo, esta é uma causa perdida. Não há chance de sair vitorioso.
Os conselheiros de Davi argumentam com 3 FATOS:
1) A violência do inimigo é implacável – Eles já armaram o arco e estão com a flecha pronta para atirar;
2) A política do inimigo é enganadora – Eles agem traiçoeiramente, na escuridão. É uma conspiração velada. É uma trama invisível. É uma armadilha fatal;
3) A ação do inimigo é demolidora – Os ímpios destruíram os fundamentos. Eles colocaram por terra os valores absolutos. Eles arrancaram os marcos antigos.
Fugir não é solução:
1) O profeta Jeremias queria fugir do ministério: “eu não vou mais falar no teu nome” (20.9).
2) O profeta Elias queria fugir da perseguição de Jezabel (19.10).
3) Jonas tentou fugir de Deus indo para Társis.
4) Pedro tentou levar Jesus a fugir da cruz.
Este Salmo fala de duas teologias:
1) A SEGURANÇA SÓ PODE SER ENCONTRADA NA FUGA – Se você está ameaçado, abandone as causas justas e fuja. Salve a sua pele. Proteja-se;
2) A SEGURANÇA É ENCONTRADA PELA CONFIANÇA NO CUIDADO PROTETOR DE DEUS (v.1) – Fugir é covardia. É negar nossa confiança em Deus.
Davi encontrou 3 razões para triunfar sobre o medo da perseguição de Saul.
Verso 4. A soberania de Deus.
A resposta de Davi diante do conselho dos amigos para fugir e se esconder é que Deus reina. Ele está no trono. Ele não apenas reina no céu, mas também ele reina na terra. Ele está no seu santo templo, a igreja. Ele habita com a igreja e na igreja.
Ainda que a cultura destrua os fundamentos da sociedade, o povo de Deus está seguro. Deus está presente e não fugindo. Ele está no trono. Ele governa.
O Salmista olha os fundamentos destruídos debaixo dos seus pés, mas vê o trono inabalável de Deus acima da sua cabeça.
A terra pode estar em crise, mas não o céu.
Verso 6 - O juízo de Deus.
Os ímpios que tramam, que corrompem, que destroem os fundamentos não escaparão do juízo de Deus. Podem escapar do juízo dos homens, mas jamais do juízo divino.
Deus mandou o seu juízo no dilúvio, em Sodoma, na Torre de Babel, no desalojamento das nações cananitas, na queda de Jerusalém, na queda da Babilônia, dos grandes impérios. Ah, mas o maior juízo de Deus será derramado no dia do juízo final. Todos vão ter que comparecer perante o tribunal de Deus e terão ser julgados segundo as suas obras.
Verso 7 - A recompensa de Deus.
O Salmo termina como começou, com o Senhor. Sua soberania, sua intervenção e suas recompensas são uma resposta ao medo e a frustração do verso 3.
Davi olhou não para a sociedade sem fundamentos, mas para Deus. Ele viu não o poder do inimigo, mas a majestade de Deus. Em vez de buscar falsos refúgios, buscou a Deus.

Conclusão:
A verdade esta sendo tirados, os fundamentos estão a cada geração sendo removido. Lute contra a: 1. A infidelidade. 2.A corrupção moral.3. A decadência espiritual das igrejas.

Rev Márcio Gleison 




TEMA: SAMUEL, OUVIDOS DE SERVO.

TEXTO: 1 Sm 3.10.

introdução:
"Samuel" significa "o nome de Deus". Sua mãe chamou-o assim porque desejava que o nome do Senhor fosse exaltado em sua vida. Ela disse: "Do Senhor o pedi" (1 Sm 1.20). Tal declaração pode ser entendida como: "Tenho pedido ao Se­nhor (um nome de Deus) para ele". De fato, Samuel dignificou o nome de Deus perante o seu povo. Liderou a nação de Israel num avivamento espiritual e num longo período de paz.
Embora fosse apenas um menino, Samuel recebeu um chama­do para uma obra especial. Por que isso aconteceu? A Bíblia diz que "naqueles dias, a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram freqüentes" (1 Sm 3.1). Se Deus raramente falava a alguém, por que falou a Samuel? Porque aquele jovem sabia ouvir!
"Fala, porque o teu servo ouve", foi uma frase que marcou a vida de Samuel. Mais do que uma resposta a revelação inicial do Senhor, tal afirmação se constituiu numa diretriz que norteou seus passos e transformou-o num grande homem. Samuel não ouvia o Senhor de uma maneira qualquer. Ele o escutava com ouvidos de servo. O que isso significa?

O que são ouvidos de servo?

Um músico não ouve uma melodia da mesma forma que as outras pessoas. Ele a escuta com ouvidos de músico: analisa a harmonia, o ritmo, o volume, a afinação dos instrumentos e das vozes, e assim por diante. O mesmo se dá na esfera espiritual: se desenvolvermos ouvidos de servo, entenderemos a palavra de Deus de um jeito especial.
Que tipo de ouvidos são esses?
1-Ouvidos atentos. Deus falou "tendo-se deitado também Samuel, no templo do Senhor, em que estava a arca, antes que a lâmpada de Deus se apagasse" (1 Sm 3-3). Aquele moço pro­curou uma hora calma e um lugar tranqüilo para ouvir Deus falar. Esse é um grande exemplo para nós. Num mundo tão agitado - no qual tantos sons concorrem com a voz do Altíssimo - precisamos cultivar o hábito de orar e meditar, aquietando-nos e permanecendo atentos àquilo que Deus tem a nos dizer.
Já aconteceu de você estar conversando com alguém e, a certa altura, perceber que a pessoa não estava prestando aten­ção às suas palavras? O que você fez? Provavelmente apontou-lhe o fato ou, simplesmente, parou de falar. Afinal, por que con­tinuar se pronunciando se não há ninguém disposto a escutá-lo? Da mesma forma, o Espírito Santo deixará de falar-nos se não dermos importância à sua voz.
O profeta Isaías escreveu: "O Senhor Deus me deu língua de eruditos, para que eu possa dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os eruditos" (Is 50.4). Isaías era um homem que tinha o que falar porque dedicava tempo a ouvir. O mesmo pode ser dito a nosso respeito?
2-Ouvidos obedientes. O Senhor não se disporá a nos falar se não estivermos prontos a segui-lo. Antes de se revelar a Samuel, Deus havia falado a Eli. Advertira o sacerdote quanto ao mau comportamento de seus filhos e à sua omissão como pai. Toda­via, Eli não fez nada a respeito. Então, o Senhor decretou: "Na­quele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa; começarei e o cumprirei. Porque já lhe dis­se que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu" (1 Sm 3.12,13).
Ter ouvidos de servo significa estar pronto a obedecer. Quando dizemos: "Fala, porque o teu servo ouve", estamos pergun­tando a Deus: "Quais são as suas ordens?" Um servo não indaga alguma coisa ao seu senhor por simples curiosidade. Ele não diz: "Quero conhecer a sua vontade, mas não estou disposto a cumpri-la". Devemos estar cientes de que Deus só falará conosco se estivermos prontos a seguir as suas orientações.
3-Ouvidos voluntários. Ter uma boa disposição para fazer aquilo que o seu senhor espera é essencial para que um servo seja considerado fiel. Não basta obedecer: e' preciso fazer isso de boa vontade. Não é suficiente cumprir uma obrigação: é ne­cessário envolver-se com a obra de tal maneira que se dedicar a ela seja considerado um privilégio.
Nos dias do profeta Ezequiel, muitas pessoas se dirigiam aos cultos a fim de ouvir a voz de Deus. Não a escutavam, porém, com um espírito voluntário. O Senhor disse ao profeta: "Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra" (Ez 33-31,32). Ouvir as pregações era, para aquelas pessoas, uma espécie de entretenimento. Parece que esse é um problema muito comum hoje em dia.
ILUSTRAÇÃO: Um homem estava esperando por sua esposa na frente do templo. Quando uma senhora saiu, ele perguntou:
— O sermão já acabou?
— Não, respondeu a mulher, está começando agora.
— Como assim?, tornou o marido. Quer dizer que o pastor começou a pregar neste momento?
— Nada disso, respondeu ela. Ele já parou de falar. Mas é agora que nós vamos começar a praticar o que ele falou.
Aquela senhora sabia a diferença entre o sermão pregado e o sermão vivido. E quanto a nós?

O que pode nos impedir de ter ouvidos de servo?

Há muita gente sofrendo de "surdez espiritual". Essas pessoas não são capazes de ouvir a voz de Cristo, porque não se dispõem a escutá-lo com ouvidos de servo. Às vezes, chegam a reclamar dos pregadores e das igrejas. Mas o fato é que exis­te um tampão nas suas orelhas. É por isso que não se sentem abençoadas como os que estão ao seu lado.
O salmista escreveu: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19-1). Como aquele homem era capaz de escutar a voz do Senhor tão clara­mente na natureza? Ele buscava o Criador com um coração sin­cero! Sua oração foi: "As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, ro­cha minha e redentor meu!" (Sl 19-14.)
Você também pode ouvir o Senhor claramente, e ser aben­çoado pela certeza da sua presença. Para isso, o que tem de fazer é desentupir os canais auditivos da sua alma.
Quais são as coisas que formam a "cera espiritual" dos seres humanos?
1-Pecado. A desobediência e a rebeldia endurecem o nosso coração, danificam a nossa sensibilidade e cauterizam a nossa consciência. Nenhum pecado é inofensivo. Se dermos lugar à iniqüidade em nossa vida, concessões aparentemente insignifi­cantes irão se somar umas às outras até formarem uma crosta impenetrável.
Dwight L. Moody, grande avivalista do século XIX, escreveu na primeira página de sua Bíblia: "Este livro me fará evitar o pecado, ou o pecado me fará evitar este livro". Eis aí uma gran­de verdade! Se você sente que Deus não lhe tem falado podero­samente, deve investigar sua vida e procurar por pecados não confessados. Há uma grande chance de que o problema esteja aí, pois as nossas transgressões nos afastam da Palavra do Se­nhor.
2-Orgulho. Quando passamos a confiar demais em nós mes­mos, deixamos de procurar a orientação dos céus. É como se disséssemos: "Eu já sei de tudo; para que ouvir o Senhor?" Com relação aos israelitas que caíram nesse erro, o profeta escreveu: "Fizeram o seu coração duro como o diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos prece­deram; daí"veio a grande ira do Senhor dos Exércitos" (Zc 7.12). Não alimente um espírito arrogante. Quando o homem está cheio de si, não sobra nenhum lugar para Deus.
3-Mágoa. Existem ocasiões em que o grito do aborrecimento e o clamor da amargura abafam a voz do Redentor. O ressenti­mento e a mágoa são poderosos "tampões espirituais". Eles têm a capacidade de interromper nossa comunicação com Deus. Por isso a Bíblia diz: "Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor" (Ec 11.10).
Você já escutou a expressão "cego de raiva"? Pois bem: o ressentimento talvez não afete a nossa visão, mas certamente avaria a nossa audição! Não é possível escutar a voz de Cristo e a do orgulho ferido ao mesmo tempo. Por maiores que sejam as ofensas que tenhamos sofrido, precisamos perdoá-las. Caso contrário, nossa conexão espiritual será rompida, e o diabo le­vará vantagem sobre nós (2 Co 2.11).
4-Preguiça. Certa ocasião Jesus falou a um grupo de pessoas que o procuravam apenas porque admiravam os seus mila­gres. O Salvador confrontou aqueles homens e expôs-lhes o alto preço do discipulado. "Tendo ouvido tais palavras, disse­ram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?" (Jo 6.60.) Em seguida, aquelas pessoas viraram as costas e deixaram de se­guir a Cristo.

Conclusão:
Há muitos que não ouvem a voz de Deus simplesmente por­que não querem escutá-la. O que o Senhor tem a dizer-lhes não é o que gostariam de ouvir. Se o Todo-Poderoso lhes aponta um caminho difícil, acham mais fácil se fazer de desentendi­dos, afirmando que não sabem de nada. Precisamos nos livrar da cera da preguiça. Se o pior cego é aquele que não quer ver, então o pior surdo é o que não está disposto a escutar.
Com os seus ouvidos de servo, Samuel se tornou um grande homem. Ele se firmou como um líder querido e um juiz respei­tado pelo seu povo. As Escrituras dizem que "o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra" (1 Sm 3.19). Por quê? Porque ele sabia falar? Não! Porque sabia ouvir!
Ser capaz de ouvir a voz do Senhor e' algo muito importante. Peça a Deus que lhe dê ouvidos de servo. Dependa do auxílio divino para ser uma pessoa atenta, obediente e prestativa. Disponha-se a combater incansavelmente o pecado, o orgulho, a mágoa e o comodismo. A sua felicidade - assim como a de muita gente - depende disso.
Quando somos capazes de escutar a voz de Deus, recebemos conforto, orientação, capacitação e discernimento. Nossa existência se reveste de um novo significado. Nossos temores dão lugar à confiança. Nossas lutas são convertidas em vitórias. O que poderia ser mais importante? Estabeleçamos, portanto, o firme propósito de sermos bons ouvintes do nosso Deus. Como Samuel, digamos: "Fala, porque o teu servo ouve".





TEXTO: Lucas 17:11-19.
TEMA: Gratidão. 

Introdução:

** É dito que Andrew Carnegie, um dos maiores empresários que já viveu nos EUA, deixou US$ 1 milhão para um parente seu, esse em troca o xingou, pois Carnegie havia deixado milhões de dólares para algumas instituições de caridade pública e esse parente se sentiu desprezado com o mísero um milhão de dólares.

** Samuel Leibowitz, um advogado nova-iorquino famoso pelo caso do julgamento de 1931 quando nove negros foram acusados de estupro e sentenciados com a pena de morte, salvou mais de 75 homens da cadeira elétrica e nunca nenhum deles o procurou um dia para agradecê-lo da vitória.

** Uma jovem chamada Anee Steele encontrou várias tribulações em sua vida, mas o que marcou a sua vida era o coração que constantemente louvava e agradecia ao Senhor, em todos os momentos. Ela ficou noiva e aguardava ansiosamente o seu casamento. No dia do o casamento os convidados chegaram, mas o noivo estava desaparecido. Após uma hora de espera um mensageiro trouxe a notícia trágica de que o noivo de Anee havia se afogado. Mais tarde ela escreveu o hino, ‘Father, whate’er of earthly bliss’, no qual ela clama por um coração calmo, grato e sem murmuração!

O que une essas três histórias é a palavra gratidão! Alguns são ingratos, enquanto outros são gratos.

A Bíblia ordena que nós sejamos gratos por tudo e em todo tempo: I Ts 5:17-18 Orem continuamente. Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus; Sl 95:2 Vamos à presença dele com ações de graças; vamos aclamá-lo com cânticos de louvor; 28:7 O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda. Meu coração exulta de alegria, e com o meu cântico lhe darei graças; 100:4 Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios, com louvor; dêem-lhe graças e bendigam o seu nome; Fp 4:6 Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus; Cl 2:6-7 Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, 7 enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão3:15-16  Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. 16 Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações.

Mas quão fácil é para que o nosso coração se endureça e nos faça cegos para ver que tudo o que temos e tudo o que somos vem exclusivamente da graça de Deus. Quão fácil é para nos tornarmos como Nabucodonosor e vermos tudo de forma egoísta e egocêntrica (ver Daniel 4:29-37).

INGRATIDÃO É PECADO: Visto que a Bíblia ordena as ações de graças e que sejamos gratos por tudo, sempre que negamos ações de graças, sempre que não agradecemos a Deus por tudo, sempre que não damos glórias e louvores ao Senhor nós pecamos e nos comportamos como animais do campo – seres irracionais!

Que o Senhor não nos deixe ser o parente ingrato do empresário Andrew Carnegie, nem os vários condenados que nunca voltaram para agradecer o advogado Samuel Leibowitz, tão pouco como Nabucodonosor e muito menos como os nove leprosos da história que iremos estudar.

Contexto:
O Evangelho de Lucas tem um foco nos fariseus maior que do que os outros evangelhos (ex. Mateus tem 12 passagens, Marcos tem 7, João 9 e Lucas 17 - http://paulbarnett.info/2011/05/luke%E2%80%99s-pharisees1/). Os fariseus faziam parte de um grupo religioso de Israel no qual eles eram famosos pela restrita observação das leis escritas e orais. O nome ‘fariseu’ deriva da palavra hebraica que significa ‘separados’.

Esse grupo religioso era completamente ignorante para com o entendimento bíblico da graça e misericórdia. Eles viam a prosperidade e a saúde como o salário necessário para a obediência deles. Os fariseus, que representam a maioria dos judeus, não entendiam o que era gratidão, pois para eles as bênçãos eram obrigações de Deus.

Quando chegamos ao capítulo 17 os versículos de 1 a 10 tratam do cuidado que os discípulos devem ter para não fazer com que outros tropecem, e quando alguém tropeçar deve haver arrependimento e perdão! Para isso os discípulos pedem por mais fé, isso é, eles querem ser mais fiéis, mais obedientes. Jesus os lembra que a vida de obediência e cuidado para com as coisas do Reino de Deus não faz dos discípulos ‘senhores’, mas a vida de humildade e amor é o dever de todo cristão.

Os versículos 9 e 10 são chaves para nós entendermos o restante da história. Nós somos ‘servos inúteis’ (Gk. δοῦλοι ἀχρεῖοι --- escravos inúteis/sem dignidade). Quando entendemos que Deus é o Senhor e nós somos escravos inúteis nós seremos rápidos no perdoar, rápidos no buscar ajudar os irmãos e rápidos no agradecer! A partir do momento que paramos de nos ver como escravos inúteis nós nos tornamos arrogantes, nos tornamos egocêntricos e assim como os fariseus nos achamos dignos de louvor e que as bênçãos não passam de obrigações de Deus.

É com esse contexto que entramos na história de nove leprosos que se achavam úteis e um leproso que se viu inútil! Nove dos dez leprosos não se viam como ‘escravos inúteis’, por isso nunca voltaram para adorar, glorificar e agradecer o Senhor dos senhores!

Divisão do Estudo:
I – O CLAMOR DE DEZ LEPROSOS (VS.11-13)
II – A MISERICÓRDIA DO SENHOR (V.14)
III – A GRATIDÃO DE UM (VS. 15-16)
IV – A INGRATIDÃO DE NOVE (VS. 17-18)
V – A SALVAÇÃO DE UM E A PERDIÇÃO DE NOVE (V.19)

I – O CLAMOR DE DEZ LEPROSOS (VS.11-13)
11 A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela divisa entre Samaria e Galiléia. 12 Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância 13 e gritaram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem piedade de nós!"

v.11 – “A CAMINHO DE JERUSALÉM” --- A jornada até Jerusalém demorou alguns meses. Lucas 9:51nos relata de quando o tempo chegou para que Jesus partisse para o local da Sua morte. A jornada até a cidade de Jerusalém levou alguns meses, durante esse tempo Jesus continuou curando, pregando, salvando e julgando.

Muitos comentários acreditam que essa cura dos dez leprosos ocorreu após a ressurreição de Lázaro (Jo 11:54 E daquele dia em diante, resolveram tirar-lhe a vida. Por essa razão, Jesus não andava mais publicamente entre os judeus. Ao invés disso, retirou-se para uma região próxima do deserto, para um povoado chamado Efraim, onde ficou com os seus discípulos).

JESUS PASSOU PELA DIVISA ENTRE SAMARIA E GALILÉIA” --- Os judeus não viajavam pela Samaria. Eles odiavam tanto os samaritanos que eles andavam muito mais para não pisar em território samaritano.

SAMARITANOS X JUDEUS:
Após a queda do Reino do Norte em 722 a.C. para os assírios aquela região foi tomada pelo sistema assírio de governo. Muitos dos judeus que viviam naquele local foram levados e os que ficaram casaram com mulheres de outras religiões e localidades. Isso gerou ódio e rejeição da parte dos judeus. Problemas durante a construção dos muros e do templo em Jerusalém após o exílio babilônico também ajudaram para aumentar a hostilidade entre as duas raças. Os samaritanos não aceitavam Jerusalém e nem a adoração no templo, para eles a adoração deveria ocorrer no Monte Gerizim, isso era blasfêmia para os judeus. Ver João 4 (v. 9).

Jo 4:4 Era-lhe necessário passar por Samaria.
A necessidade não era geográfica, mas sim soteriológica! Ele precisava salvar samaritanos!

AS TRÊS GRANDES CIDADES:
Já no versículo 11 nós encontramos os três grandes locais geográficos do ministério de Jesus. Samaria = lugar de ódio e desprezo (9:51-56 e 10:25-37); Galiléia = a região da base ministerial de Jesus; Jerusalém = a cidade mais importante para os judeus e o local da crucificação de Jesus.

Jesus se encontra na ‘divisa’ entre Samaria e Galiléia e caminhando para Jerusalém. É através da morte e da ressurreição dEle em Jerusalém que Jesus faz dos povos inimigos um só povo. Jesus é quem traz salvação e união entre os que viviam em inimizade.

NÃO É POR ACASO: Jesus não está passando por acaso, não existe ‘por acaso’ com Jesus! Jesus não errou o caminho, Jesus não se perdeu e de repente caiu em uma aldeia de leprosos, Jesus não teve um problema com o GPS – o nosso amado Senhor tinha planejado desde a eternidade passar por aquele local.

Nada foi, é ou será por acaso com Jesus! Desde a eternidade Ele já sabia que passaria por aquela região e encontraria dez leprosos e que a cura deles serviria de lição para a Sua igreja.

v.12 “AO ENTRAR NUM POVOADO, DEZ LEPROSOS DIRIGIRAM-SE A ELE” (Gk. δέκα λεπροὶ) --- O povoado (Gk.κώμη – vila, povoado, cidade pequena e sem muros) não é descrito se ficava na Galiléia ou em Samaria. Lucas está interessado nos habitantes desse povoado/vilarejo.

LEPRA: Muitos acreditam que essa doença surgiu no Egito e foi levada para a Palestina no Êxodo. As palavras hebraica (sara’at) e grega (lepros) envolvem uma série de doenças de pele. A lepra no Antigo Testamento (sara´at) não se referia somente ao atual Mal de Hansen, mas também a várias doenças de pele – incluindo bolor e fungo em roupas e objetos. Veja Levítico 13-14. Tudo o que tirava a integridade e a perfeição das coisas era considerado como lepra.
Nesse caso é muito provável que a doença seja a atual hanseníase. Doença essa que afeta a pele e vários outros órgãos do corpo.

Um aspecto importante que deve ser notado é que a lepra era vista como uma maldição de Deus. Muitos judeus viam os leprosos como pessoas amaldiçoadas.

Essa era a única doença que expulsava as pessoas do acampamento.

“’Lepra’ era um termo usado para designar várias doenças de pele, portanto o problema fundamental desses dez homens, com toda certeza, não é a doença física que traz risco de morte. Ao invés disso, eles possuem um mal social debilitante. Considerados como pessoas que vivem sob a maldição e impuros ritualmente, eles haviam sido relegados para as margens da sociedade.” (Joel Green, The New International Commentary on the New Testament – Luke, Eerdmans, pg 623)

-A descrição desses homens: - estavam em uma aldeia/povoado; - ficaram a certa distância; - tinham lepra - tudo isso indica que esse era um caso sério de lepra.

DEZ LEPROSOS” --- O número dez simboliza algo completo (ex. Os 10 Mandamentos). Essa é uma imagem da humanidade completa, todos como esses leprosos estão destituídos de um relacionamento com o Senhor e impossibilitados de adorar no templo de Deus!

FICARAM A CERTA DISTÂNCIA” --- Lv 13:46 Quem ficar leproso, apresentando quaisquer desses sintomas, usará roupas rasgadas, andará descabelado, cobrirá a parte inferior do rosto e gritará: ‘Impuro! Impuro!’ Enquanto tiver a doença, estará impuro. Viverá separado, fora do acampamento.

Essa doença que simboliza tão bem o pecado nos mostra como o pecado distancia o homem de Deus, o impuro e do puro.

v.13 – e gritaram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem piedade de nós!"

GRITARAM EM ALTA VOZ” --- Uma das características da hanseníase é que ela pode afetar as cordas vocálicas. Esses leprosos fazem uma força tremenda para conseguir a atenção de Jesus.

** É importante notarmos que quando as pessoas encontram tribulações e sofrimentos é muito fácil vermos essas pessoas clamando em ‘alta voz’ pelas misericórdias de Cristo. Quando a tempestade chega, as pessoas ‘gritam em alta voz’.

Que todos clamem como esses leprosos clamaram. Que prestemos atenção no clamor desses homens, pois esse é modo de nos aproximarmos de Cristo!

JESUS, MESTRE, TEM PIEDADE DE NÓS!” ---- Esses leprosos assim como todas as pessoas daquelas regiões já haviam escutado sobre Jesus. O nome e a reputação de Jesus haviam se espalhado por todos os lugares (Mc 3:8-10).

Jesus = Refere-se à pessoa, o nome daquele estava caminhando naquele povoado.
Mestre = (Gk. ἐπιστάτης – comandante, chefe) Esse termo fala do entendimento do poder e da autoridade de Jesus. Eles sabiam que Jesus poderia libertá-los.
Tem Piedade/Misericórdia de Nós = Mas o poder dependia da misericórdia de Jesus.

Por um momento esses homens conseguem ver o estado deplorável que eles se encontram e se colocam sob a autoridade de Jesus.

Essa é a frase que todos nós devemos clamar. Que esse seja o clamor diário do seu coração, ‘Jesus, meu Mestre, tem misericórdia de mim!’.

LIÇÃO SOBRE ORAÇÃO E SÚPLICASEsses homens nos ensinam o poder da súplica e da petição!

“Como pode alguns cristãos nunca orarem? Como pode ser que muitos se contentam com a mera repetição de palavras, mas nunca oram com entusiasmo? Como pode homens e mulheres que estão morrendo, com as suas almas perdidas conhecerem tão pouco sobre a oração? A resposta para essas perguntas é curta e simples. A maioria da humanidade não tem entendimento do pecado. Elas não sentem a sua doença espiritual. Elas não estão conscientes de que estão perdidas, são culpadas, e que pairam sobre a beira do inferno. Quando um homem descobre a doença de sua alma, ele logo aprende a orar. Como o leproso, ele encontra palavras para expressar sua necessidade. Ele clama por ajuda.
Como é que pode, mais uma vez, tantos crentes verdadeiros, muitas vezes orarem tão friamente? Qual é a razão para que suas orações sejam tão fracas, errante, e mornas? A resposta mais uma vez é muito simples. Seu senso de necessidade não é tão profundo como deveria ser. Essas pessoas não estão verdadeiramente vivas para entenderem suas próprias fraquezas e desamparo, e por isso elas não clamam fervorosamente por misericórdia e graça. Vamos lembrar dessas coisas. Vamos procurar ter um sentimento constante e permanente de nossas reais necessidades. Se os santos pudessem ver suas almas como os dez leprosos aflitos viram seus corpos, eles orariam muito melhor.”  (J.C. Ryle)

Que clamemos por misericórdia e compaixão todos os dias e horas de nossas vidas! Que supliquemos por graça e compaixão!

II – A MISERICÓRDIA DO SENHOR (V.14)
14 Ao vê-los, ele disse: "Vão mostrar-se aos sacerdotes". Enquanto eles iam, foram purificados.

AO VÊ-LOS, JESUS DISSE” --- Jesus olhou para esses homens com muita atenção. O nosso Senhor contemplou a situação desses homens. Mesmo na sua marcha para a morte o Senhor Jesus continua demonstrando compaixão, misericórdia e dando atenção aos desprezados.Toda a intensidade da certeza da sua morte não impediu Jesus de mostrar compaixão e não tirou a sua atenção da situação dos pecadores.

No meio das tempestades, em meio às aflições eu tenho demonstrado compaixão e dado atenção aos que estão ao meu redor?

Jesus tem seus olhos sobre todos, principalmente sobre as Suas ovelhas!

VÃO MOSTRAR-SE AOS SACERDOTES” --- Jesus comanda que esses homens façam o que a Lei Mosaica requeria de acordo com Levítico 13:2-3 [Quando alguém tiver um inchaço, uma erupção ou uma mancha brilhante na pele que possa ser sinal de lepra, será levado ao sacerdote Arão ou a um dos seus filhos que seja sacerdote. 3 Este examinará a parte afetada da pele, e, se naquela parte o pêlo tiver se tornado branco e o lugar parecer mais profundo do que a pele, é sinal de lepra. Depois de examiná-lo, o sacerdote o declarará impuro]. Os sacerdotes agiam como agentes da saúde.

O mandamento de Jesus implica que a cura já estava ocorrendo.

Agora, imaginemos a cabeça daqueles sacerdotes que tanto odiavam a Jesus. Eles declararão como puros esses leprosos que foram curados por Jesus.

ENQUANTO ELES IAM, FORAM PURIFICADOS” --- O poder e a compaixão de Jesus. Esses homens foram totalmente curados da lepra e purificados cerimonialmente.

Imaginemos a alegria desses homens caminhando em direção ao sacerdote e respirando um novo ar, vendo as mãos e as manchas da pele desaparecendo.

PURIFICADOS -- Esses homens receberam a cura física que consequentemente trouxe a purificação religiosa. A palavraκαθαρίζω foca no aspecto da pureza religiosa.

SÓ DEUS CURAVA A LEPRA:
As pessoas sabiam que somente Deus tinha o poder para restaurar um leproso. Só Deus tinha poder para salvar alguém da lepra. Que vejamos nesse milagre de Jesus a divindade do Filho do Homem! Muito mais do que mostrar a ingratidão de muitos e a gratidão de poucos essa história revela Jesus como o Deus todo poderoso.

Essa é uma cena maravilhosa de Deus visitando os condenados com misericórdia e refrigério através da pessoa de Jesus.

III – A GRATIDÃO DE UM (VS. 15-16)
15 Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz. 16 Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano.  

UM DELES, QUANDO VIU QUE ESTAVA CURADO” --- Apenas um homem ‘viu’ que ele estava ‘curado’. As palavras ‘viu’ e ‘curado’ são muito importantes. Um homem teve seus olhos abertos pela misericórdia de Deus para ver que ele tinha tido não só a cura física, mas, mais importante, a cura da alma.

Todos os outros viram fisicamente a cura em seus corpos, mas esse homem viu a cura dos pecados. O Senhor não só lhe curou a lepra, mas também a cegueira espiritual. Ao ver que ele havia sido curado, esse leproso entendeu o poder da salvação de Jesus. Ele não só viu os benefícios da cura, mas ele viu quem era Jesus. Esse homem viu quem estava diante dEle. Ele não foi para o templo, pois ele viu Deus presente em Jesus.

Todos os outros foram embora curados da lepra, mas cegos espiritualmente e impuros diante de Deus.

** Você tem contemplado a sua cura da alma? Você tem tido olhos para ver o tanto que o Senhor fez por você naquela cruz?

QUANDO UM DELES VIU QUE ESTAVA CURADO, VOLTOU, LOUVANDO A DEUS EM ALTA VOZ” --- Como prosseguir caminhando diante de tão grande benção? Como não voltar?

4 AÇÕES DE AGRADECIMENTO (vs.15-16):

1 -  Ele Volta --- Ele não consegue caminhar mais sem se prostrar diante desse Jesus. Ele não quer ir pelas próprias forças.

Enquanto os outros vão para um tempo abandonado por Deus e para um sistema vão, esse leproso vai até Jesus o verdadeiro templo, o verdadeiro Sumo Sacerdote!

2 – Louvando a Deus Alta Voz --- Assim como ele havia clamado em alta voz (v.13), esse homem louva no mesmo tom. Ele quer que as pessoas vejam e escutem quem foi o autor da restauração dele.

“Aqueles que receberam misericórdia de Deus devem proclamar isso a todos, para que os outros louvem a Deus também.”(Matthew Henry)

Como não cantar em alta voz? Como não louvar em alta voz?

Louvar a Deus em alta voz fala da vontade de expressar a gratidão. Demonstra que ele não estava com vergonha de ninguém.

** Esse samaritano entendeu a Lei melhor do que os judeus. Levítico 14:3-7 fala dos sacríficos que devem ser ofertados pelo que foi curado da lepra. Esse homem trouxe a oferta a Deus, ao invés de duas pombinhas e um pedaço de pano ele trouxe o seu louvor, adoração e agradecimento como os sacríficos verdadeiros.

3 – v.16 “PROSTROU-SE AOS PÉS DE JESUS” --- “Trata de um ato de submissão no qual se reconhece a autoridade do outro; simboliza reverência.” (Joel Green, The New International Commentary on the New Testament – Luke, Eerdmans, pg 623)
Ele não tem vergonha de se humilhar diante de Jesus.

Não há lugar melhor do que aos pés de Jesus!

4 – “E AGRADECEU” --- As ações não são suficientes para ele, esse homem profere palavras de agradecimento.

Ele entendeu o quanto foi perdoado, por isso ele demonstra tamanha gratidão. Creio que muitos perderam o entendimento de quanto foram perdoados e por isso vivem na ingratidão.

AGRADECIMENTO PÚBLICO:
Quão triste é ver cristãos que não oram em restaurantes e perante pagãos por causa da vergonha de Jesus! Muitos têm vergonha de agradecer até mesmo na igreja.

Como se envergonhar de quem passou a pior de todas as vergonhas por minha causa? Como posso me envergonhar dAquele que providencia o ar que eu respiro e o alimento que eu ingiro?

** A atitude desse leproso deve ser o nosso estilo de vida! Cada um que foi salvo por Jesus deve ter uma vida marcada pelos altos louvores, pelas incansáveis palavras de agradecimento e pela eterna reverência aos pés de Cristo.

ESTE ERA SAMARITANO” --- Aqui Lucas joga a bomba. A informação de que esse único homem que foi grato era um samaritano é um escândalo!

Cadê os judeus? Onde estão os religiosos?

Muitas vezes a religiosidade caleja o coração de tal forma que as pessoas começam a não se verem como ‘escravos inúteis’ e isso é a destruição de um espírito de gratidão!

A Gratidão (vs.15-16):
a – Vê tudo o que o Senhor tem feito por você (v.15). Você tem visto o que Deus tem feito por você, ou você só vê o que você não recebeu?

b – É demonstrada através de ações. Você demonstra gratidão através de ações (louvores, humildade, reverência). Suas ações demonstram um coração humilde e grato.

c – É demonstrada através de palavras. Você precisa abrir a sua boca e demonstrar agradecimento. Você precisa falar, ‘Muito obrigado por...!’. Gratidão nunca é demonstrada através de silêncio.

IV – A INGRATIDÃO DE NOVE (VS. 17-18)
17 Jesus perguntou: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove? 18 Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro?"

v.17 “JESUS PERGUNTOU: NÃO FORAM PURIFICADOS TODOS OS DEZ? ONDE ESTÃO OS OUTROS NOVE? --- Jesus sabia muito bem qual era a resposta. Jesus sabia antes mesmo da cura que os nove não voltariam.

Os outros nove representam os judeus da época e muitos cristãos hoje em dia que só buscam as bênçãos, mas estão muito longe de reconhecerem o senhorio de Jesus sobre as suas vidas.

Notemos como Jesus Cristo presta atenção naqueles que são gratos! Gratidão captura os olhos e a atenção de Jesus.

ONDE ESTÃO OS OUTRO NOVE?” --- Quão rápido somos em demonstrar ingratidão! Jesus sabia onde eles estavam e o que eles estavam pensando, mas o nosso Senhor pergunta para que todos meditem na resposta.

Eles estão ocupados com a nova vida deles. Eles estão preocupados com os novos afazeres.

Será que eu me encaixo nesses outro nove? Será que o Senhor tem perguntado, ‘Onde está o Guga’?

Os outros noves estão indo para o templo, estão indo cumprir as atividades religiosas, estão ‘cumprindo o mandamento de Jesus’!

“É importante notarmos que mais pessoas obedecem a rituais religiosos do que louvam a Deus de coração.” (Spurgeon)

UM DE DEZ:
De dez homens apenas um voltou para agradecer e adorar. Assim aprendemos que:
A – Há mais pessoas que clamam e oram do que pessoas que adoram e louvam de forma genuína. Poderíamos esperar que todos os que clamam e oram também louvassem e adorassem, mas não é assim.
** Que não sejamos como a maioria!

”Prestemos atenção nesses versículos em quão raro é a gratidão. É relatado que dos dez leprosos que foram curados por Jesus, houve apenas um que voltou para agradecer. As palavras de Jesus são extremamente solenes, ‘Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?’. A lição diante de nós é humilhante, e profundamente instrutiva. Os melhores entre nós são muitos semelhantes a esses nove leprosos. Somos mais rápidos em clamar do que louvar, e estamos mais dispostos a pedir por aquilo que não temos do que agradecê-Lo pelo que Ele nos tem dado. Murmurações, reclamações e descontentamento abundam por todos os nossos lados. A excessiva ingratidão dos crentes é uma verdadeira desgraça para a nossa época. É a prova clara da pouca humildade.” (J.C. Ryle)

– As petições são temporárias, mas o louvor e ações de graças são eternos! Passaremos a eternidade toda louvando e agradecendo a Deus (Ap 4:9 ;11:16-17)!
** Pratique tudo, mas foque no que será eterno!

– Há mais pessoas examinando as ‘próprias peles’ e cumprindo rituais religiosos do que adorando e se prostrando verdadeiramente diante de Jesus. Gastemos nossas energias louvando em alta voz e caindo aos pés de Cristo!

A HUMILDADE DESSE LEPROSO:
Quero que notem mais uma característica desse homem. Prestemos atenção no seu silêncio em censurar os outros. Quando o Salvador perguntou, ‘onde estão os outros?’ esse homem não respondeu. Esse adorador estrangeiro não se levantou e disse, ‘Oh Senhor, eles foram todos para os sacerdotes. Estou espantado que eles não voltaram para louvá-Lo!’. Oh irmãos, nós temos o bastante para cuidar das nossas próprias vidas, quando sentimos a graça de Deus em nossos próprios corações.” (Spurgeon)

v.17 “JESUS PERGUNTOU: ‘NÃO FORAM PURIFICADOS TODOS OS DEZ?’”  --- Notemos a bondade de Deus. Todos esses homens foram beneficiados da graça de Deus.
Lc 6:34-36 E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os ‘pecadores’ emprestam a ‘pecadores’, esperando receber devolução integral. 35 Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo,porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. 36 Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso".

Sejamos gratos pela bondade de Deus até mesmo quando somos ingratos!

v.18 – “NÃO SE ACHOU NENHUM QUE VOLTASSE E DESSE LOUVOR A DEUS, A NÃO SER ESTE ESTRANGEIRO?” --- Ingratidão é algo que chama a atenção do nosso Senhor!

Ingratidão chama a atenção do nosso Senhor de forma negativa, pois:
a – É uma declaração de que Deus não fez o que é certo. Quando não agradecemos estamos dizendo que Deus não fez o que é bom e perfeito.
b – É uma declaração de que o que foi feito não foi bom o suficiente para mim. ‘Eu mereço!’.

“Existem três cachorros perigosos: a ingratidão, a soberba e a inveja. Quando mordem deixam uma ferida profunda.”(Martinho Lutero)

Deus ordena que você se afaste de pessoas ingratas: II Tm 3:1-2, 5 1 Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. 2 Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, 5 Afaste-se também destes.

Deus ordena que as pessoas se afastem dos ingratos, pois é uma característica de uma pessoa perversa: Rm 1:18-21Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, 19 pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; 21 porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram.

V – A SALVAÇÃO DE UM E A PERDIÇÃO DE NOVE (V.19)
19 Então ele lhe disse: "Levante-se e vá; a sua fé o salvou".

Os dez receberam cura física, mas apenas esse samaritano recebeu a cura espiritual. Os nove voltaram leprosos de espírito – separados de Deus, mas esse homem recebeu vida eterna!

Jesus declara que a fé dele era uma fé diferente das dos outros nove. Os outros nove tinha a fé para receber um benefício, a cura, mas esse homem recebeu misericórdia e fé para crer.

Até mesmo a fé desse leproso foi um dom de Deus, a fé salvífica desse homem é obra da misericórdia e piedade de Deus: Ef 2:8 Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus.

** Que imagem maravilhosa da nossa salvação. Assim como esse leproso samaritano nós estávamos mortos, separados e distantes de Deus. Mas Deus, em Seu grande amor, nos resgatou por meio de Jesus.

CONCLUSÃO:

Que todos nós tenhamos o entendimento claro de que somos ‘escravos inúteis’! Somos escravos e como escravos nós não temos direito algum. Somos inúteis e única utilidade em nossas vidas se dá devido à graça e misericórdia de Deus.

Quando entendemos essas verdades se tornam realidades práticas em nossas vidas a humildade começa a nutrir a nossa fé e a gratidão se torna uma obsessão. Começamos a ver tudo com olhos de gratidão.

“Oremos por um espírito de gratidão diariamente... Acima de tudo, oremos por um entendimento mais profundo da nossa pecaminosidade, culpa e inutilidade. Este, afinal, é o segredo verdadeiro de um espírito de gratidão. É o homem que, diariamente, sente que a sua dívida para com a graça, e diariamente se lembra de que, na realidade, ele não merece nada, mas o inferno - este é o homem que estará sempre bem-dizendo e louvando a Deus. A gratidão é uma flor que nunca florescerá de forma completa sem a raiz de profunda humildade!” (J.C. Ryle)

I Ts 5:17-18 Orem continuamente. Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus

Deus ordena que sejamos gratos em todos os momentos, pois isso reflete um entendimento de que Deus sabe o que é melhor para a minha vida. Diferente da ingratidão que é uma declaração de que Deus não sabe o que é melhor para minha vida.
Que como esse leproso nós possamos render graças aos pés de Jesus!


** Que sejamos gratos pela salvação! Cl 1:12 Dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz; Hb 12:28-29 Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, 29 pois o nosso "Deus é fogo consumidor!

** Que sejamos gratos pelas nossas famílias!

** Que sejamos gratos pelas refeições! I Tm 4:2-5 Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada 3 e proíbem o casamento e o consumo de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ação de graças pelos que crêem e conhecem a verdade. 4 Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, 5 pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração.

** Que sejamos gratos por nossa saúde!

** Que sejamos gratos por tanta misericórdia! I Cr 16:34 Rendam graças ao Senhor, pois ele é bom; o seu amor/misericórdia dura para sempre.

** Que sejamos gratos pela igreja que o Senhor nos deu! 100:2-4 2Prestem culto ao Senhor com alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres. 3 Reconheçam que ele é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele: somos o seu povo, e rebanho do seu pastoreio 4 Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios, com louvor; dêem-lhe graças e bendigam o seu nome

** Que sejamos gratos pelas tribulações e tempestades que o Senhor envia!

** Que sejamos gratos por cada ano de nossas vidas!

Cl 2:6-7 Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, 7 enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão3:15-16  Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. 16 Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações.

Que essa igreja seja uma igreja de escravos que transbordam de gratidão por tudo que o Senhor tem feito, de gratidão pela vida de cada um, um povo que canta e vem a casa do Senhor cheio de gratidão! Uma igreja de escravos que estão aos pés de Jesus louvando e agradecendo por tudo!






EFESO: UMA IGREJA SEM PAIXÃO


AP 2.1-7  


Introdução:

Ao lermos o livro de Apocalipse, precisamos ter sempre em mente seu estilo literário: simbólico, figurativo, como é próprio de todos os textos apocalípticos. “A pista hermenêutica” que temos seguido é aquela deixada por Hendricksen e Jacques Ellul. Este livro é como uma película de cinema, que vai revelando historicamente e de forma atualizada os eventos, no desenrolar da história da humanidade.
Éfeso era uma cidade rica, próspera e magnífica. Ali estava o Templo de Diana, uma fascinante construção que foi considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo. Paulo visitou esta cidade (At.18:19-21) na sua segunda viagem missionária, quando ia de Corinto a Jerusalém. (52 DC). Ali deixou Áquila e Priscila para continuar a obra (At.18:26). Este lugar também foi evangelizado por Apolo. Na sua terceira viagem missionária, ficou ali três anos (At. 20:31) no ano 57 DC.
O templo foi destruído por volta do ano 262 DC e nunca mais foi reconstruído. Quando esta carta foi escrita, João estava exilado na Ilha de Patmos, pelo Imperador Domiciano (81-96 DC), portanto, era uma igreja com mais de 50 anos.

Diagnóstico da Igreja de Éfeso:
  1. Era uma igreja doutrinariamente fiel – Ap 2.2. Quando falsos mestres se introduziram nela, souberam confrontá-los e rejeitar a mentira. Dentre eles, os Falsos apóstolos . Fundadores e missionários. A Igreja precisa aprender a questionar as heresias que historicamente penetram. Fp 3.1;18-19; 2 Pe 2-13,13 e Jd 12. O julgamento se dá pelo conteúdo de suas mensagens, pelo caráter e ética. A Igreja de Éfeso pôs à prova estes falsos profetas, entre eles, os nicolaitas. Hendriksen sugere que poderiam ser indivíduos que não se negavam a assentar nos banquetes imorais e idolátricos que o forte paganismo daquela cidade promovia. A ameaça, mais uma vez, não vinha de fora, mas de dentro da igreja.
Muitas vezes, nos assustamos com as heresias atuais que penetram a igreja e ameaçam a sã doutrina, mas é igualmente surpreendente pensar na quantidade de falsos ensinamentos que surgiram na igreja primitiva. Como confrontar? Pondo-os à prova! Jesus elogia a igreja em Éfeso porque eles “puseram à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos” (Ap 2.2).

  1. Era uma igreja laboriosa. Jesus a elogia pelas suas obras - Interessada em fazer obras dignas daqueles que são chamados pelo nome de cristãos.  Eles levavam a sério sua fé e a colocavam em prática. Muitos cristãos se afadigavam no cuidado com os pagãos e pessoas marginalizadas da sociedade. Talvez seja uma referência ao cuidado com os pobres.

  1. Era perseverante - Não é fácil manter-se incontaminado no meio de um povo de costumes inteiramente pagãos, com uma moral determinada por outros deuses. Esta igreja se manteve firme no meio de uma cidade que atraía milhares de adoradores anualmente ao culto de uma estranha deusa: Diana! Ainda mais complicado é se sustentar em tempos de tribulação e perseguição por causa da fé – A Igreja de Éfeso foi capaz de suportar bem estes tempos difíceis e ficar firme.

Qual era o problema de Éfeso?
Ela era operante, firme doutrinariamente, mas seu amor era decadente. Isto nos mostra que uma pessoa pode amar, trabalhar e servir a Deus sem amá-lo.  Quando Pedro negou a Jesus, ao se reencontraraem Jesus insiste numa pergunta provocante: “tu me amas?”. Esta é a pergunta essencial que devemos responder na nossa relação com Deus.
Para Deus não conta só o que faço, mas como e porque faço (motivação, interesse). Éfeso é uma igreja aparentemente irrepreensível: Trabalha, suporta perseguição, rejeita heresias, prega e realiza grandes eventos para proclamar o Evangelho. Não se diz que ela deixou de praticar boas obras, nem que abandonou sua posição justa. Seu problema, portanto, não é de algo relacionado à fé e seu conteúdo, mas ao amor, à ternura e à afeição.
 “Precisamos de um poder que possa entrar nas almas dos homens, para quebrantá-las, esmagá-las, humilhá-las, então restaurá-las”. Precisamos ser visitados novamente pelo fogo do Espírito, porque nada pode nos energizar mais que a visita poderosa do fogo de Deus.
M. L Jones, no seu livro “Avivamento” afirma que um dos obstáculos ao avivamento é a impureza doutrinária gente que nega princípios essenciais na fé cristã como a inerrância da Bíblia, a expiação de Jesus na cruz, a Pessoa e a Obra do Espírito Santo, mas por outro lado, outro grave problema é o que ele chama de “Ortodoxia Morta”. Pontos doutrinariamente corretos, mas nada há de vital na religião e na adoração.
Perdemos a vibração, o fogo, o entusiasmo que deveriam caracterizar nossa vida de adoradores. Éfeso é colocada em cheque em relação aos seus afetos. “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor” (2:4).  Jesus reclama da falta de brilho nos olhos, da alegria que havia no coração na relação com o Pai e que hoje não mais existe. A qualidade marcante da igreja do NT era sua espontaneidade, vivacidade.

Conclusão:
Lembra-te de onde caístes, e arrepende-te!

Gosto de um exemplo dado por Amorese “Suponha que uma esposa traga um amigo seu de trabalho para o jantar. Isto não trará qualquer problema para o esposo, Mas suponhamos que ela, depois do jantar, anuncie que está apaixonada por este "amigo” e que ele vai passar a viver na casa. O que ocorre com o marido? Acham que ele deveria ser humilde, manso e compreensivo e deixar as coisas assim? Acham que ele, ainda conseguiria sentar no sofá, depois da sobremesa e bater um alegre “papo” a três? Acredito que isso só seria possível para alguém cujo amor há muito se foi, e cujo conceito de casamento perdeu inteiramente o sentido.
Aquele outro é o anti-marido, o anti-companheiro, o anti-amor da esposa por ele, o anti-ele. É impossível, pois, estar onde o “outro” está e permanecer sendo o que era para a esposa; alegrar-se com a comida que ela prepara para o “outro”, com o arranjo de flores na sala, inspirada pelo amor do “outro”. Tudo o que ela faça ou deixe de fazer, se tem como fonte de inspiração o “outro”, ofende o marido e não pode ter, portanto a sua participação e aprovação”.
Neste caso, qual é o problema. A mulher continua a fazer as mesmas coisas, e talvez as faça com uma qualidade até melhorada. Talvez a comida seja até especial, com um vinho e uma sobremesa especiais. Qual é o problema? Qual é a diferença?
Amorese responde: “A diferença está no coração… Você pode participar de um ato litúrgico, muito circunspecto, mas se esse ato não estiver apoiado em um desejo íntimo de encontrar-se com o Senhor, mas ao contrário, seus motivos reais são outros, estará oferecendo assim, algo que não provém de seu coração”. 
Esta carta encerra-se com uma promessa: “Ao que vencer dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” ( 2:7) “Ao conquistador…” O vencedor é o que luta contra o pecado, o diabo e seu domínio, que faz as obras de Deus, mas que não deixa que seu coração entre num lugar rotineiro e apático, dia-a-dia renova-se na graça do Pai, reafirma seu amor pelo Filho, e busca a comunhão com o Espírito Santo, e cujo amor se mantém firme até o fim.




O Poder da Fé



Mc 11.12-14; 20-24


Introdução:

Este texto causa estranheza. Jesus amaldiçoa a figueira por não ter frutos, mas não era tempo de frutos. Eu não posso cortar o pé de mangas em minha casa, se procuro frutos no mês de Maio e não encontro, afinal, na nossa região, as mangas produzem na época das chuvas, entre Novembro- Março. A figueira não tinha frutos, porque não era tempo de frutas, portanto, não havia nada de errado com a figueira. No entanto, Jesus a amaldiçoa e ela seca. Ao lermos o texto nesta perspectiva, perdemos a essência da lição que Jesus queria deixar aos seus discípulos. A ênfase de Jesus não se encontra na figueira, e sim no poder da fé. Pedro comete o mesmo erro, porque no outro dia, ao ver a figueira seca, ele cita o incidente do dia anterior (vs 20,21), mas Jesus não dá ênfase nisto, antes volta para o cerne da lição que queria deixar: O Poder da Fé. (vs 22,23). A figueira, portanto, é apenas uma lição de objeto que Jesus utiliza para ensinar alguma coisa muito mais profunda. Jesus procura ensinar aos seus discípulos alguns princípios maravilhosos sobre a Fé:


1. Jesus ensina que a fé (algo imaterial) age sobre os elementos físicos (material) – Jesus aponta para o fato de que a fé tem o poder de materializar-se. “Fé é a certeza de coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11.1). Uma tradução mais contemporânea afirma que “fé é a substância das coisas que se esperam”. Por esta razão, a fé age em realidades secundárias, gerando transformações. Jesus afirma: “Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele”(Mc 11.23). É a fé se tornando concreta e agindo nos elementos físicos, gerando transformações e mudando realidades. Não se trata do poder da fé na fé, mas a fé colocada em Deus. Não é fé sem objeto. Jesus afirma ainda: “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e assim será convosco”. A fé se apossa de algo não existente, e isto se realiza. “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11.24) Jesus não disse: “crendo, recebereis”, antes, “crede que recebestes”. A fé toma posse por antecipação de algo que ela espera. O que distingue homens de fé é esta capacidade de materializar as coisas que ainda se encontram apenas no mundo das idéias. Veja o exemplo de Abraão. Por que ele foi chamado Pai da Fé? Porque ao ouvir a palavra de Deus, ele se apossou desta verdade, e agiu baseado nesta promessa. “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a sua descendência” (Rm 4.18). Não havia nenhuma razão concreta para ele crer. Os fatos não estavam a seu favor. “E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas pela fé, se fortaleceu, dando gloria a Deus” (Rm 4.19-20). Ele sabia da dura realidade de seu corpo, já amortecido, no entanto, se assenhoreou do que Deus havia dito, e pela fé viu a promessa se concretizando em sua vida. Existem duas variáveis perigosas todas as vezes que falamos sobre este assunto, e elas se refletem de forma direta nos púlpitos de nossas igrejas. Por um lado, vemos um grupo que acha que as coisas dependem apenas delas, independentemente da vontade de Deus. E que elas decretam a Deus, e as coisas vão acontecer porque eles usaram a palavra de autoridade e porque crêem, as coisas se concretizam e milagres acontecem. O ministério Palavra da Fé, que teve em Valnice Milhomens, um de seus grandes ícones no Brasil, usou e abusou deste conceito. No entanto, estas teorias não foram formuladas por pessoas cristãs, mas pela seita Ciência Cristã, nos Estados Unidos, fundada por Mary Bakker Eddy. Muitos líderes pentecostais enveredaram e propagam estes princípios, incluindo ai o conhecido pregador coreano, David Yong Cho, no seu livro “A Quarta Dimensão”. Deus é Soberano, e as coisas não acontecem porque eu decreto ou ordeno a Deus, mas porque curas e milagres fazem parte do reino de Deus e Deus nos abençoa com tais experiências. Não depende apenas do que ora, mas do plano de Deus em agir assim. Muitas pessoas não foram curadas em Israel nos dias de Jesus. Paulo não foi curado de uma enfermidade, embora tivesse pedido a Deus que removesse seu espinho na carne. Neste caso Deus apenas lhe disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”, e Paulo continuou doente, apesar de ter sido usado por Deus em tantas curas de outras pessoas. Por outro lado, pessoas que tem dificuldades de ousar na fé e exercitá-la. Esta atitude é muito comum entre os mais tradicionais. Tais pessoas temem orar por algo grande, colocam limitação ao poder de Deus e recuam quando existem grandes desafios, sem ousar em relação às dificuldades que surgem. Torna-se uma comunidade tímida, que poderia estar experimentando muito mais das bênçãos de Deus, pelo exercício e prática da fé simples encorajada por Jesus a todos que se aproximavam dele, e especialmente neste texto, quando procura ensinar aos seus discípulos tais verdades. Dois exemplos bíblicos me desafiam quanto a isto: Primeiro, a experiência de Jacó relatada em Gn 32, que ao “lutar com Deus”, tem a ousadia de dizer: “Eu não te deixarei se não me abençoares”. Parece-me uma atitude extremamente ousada para quem encontra-se numa relação com Deus, no entanto, sua persistência e perseverança parecem ser a causa de sua vitória espiritual contra seu caráter dúbio e desonesto. Outro exemplo é a parábola contada por Jesus, sobre a viúva pobre, que recebe o que busca, por causa de sua insistência incômoda de não desistir de lutar por sua causa. Jesus conta esta parábola, no contexto de nossas orações. Será que realmente ele estava nos encorajando a orar e a buscar de Deus aquilo que é “justo” para nossa vida. Se assim não é, o que ele estaria sugerindo? Ao estudar este texto, fiquei sobressaltado com meu coração, e orei a Deus: “Senhor, provavelmente nunca encontraremos o equilíbrio entre estas duas polaridades, mas não me deixe viver aquém de suas promessas, sem exercitar a minha fé”. Rev Antonio Elias foi um avivalista da Igreja Presbiteriana do Brasil, abençoando por anos muitos pregadores e toda uma geração. Certa vez, um jovem pastor de Uberlândia o procurou, lamentando que estava orando por sua mãe há muitos anos, mas ela nunca se rendera a Jesus. Então, com sua costumeira atitude, ele perguntou ao jovem: “Você realmente crê que Deus pode mudá-la?”. E ele respondeu: “Às vezes sim, às vezes não!”. Então o Rev. Antonio Elias pediu que ele parasse de orar e pedisse a sua igreja para orar por ele. No mês seguinte, sua mãe se decidiu por Jesus. 

2. Jesus ensina que a fé potencializa os recursos – Muitas vezes temos poucas vitorias porque não exercemos esta potencialidade presente na fé. Vivemos uma fé pobre, sem ousadia, intrepidez e sem vermos manifestações de Deus em nossa vida, porque não cremos que Deus possa intervir na história. George Muller foi um dos homens mais fascinantes na vida de oração. Ele tinha um grande orfanato em Bristol, Inglaterra, e conta-se que certa vez, ele não tinha o café da manhã para dar às crianças, mesmo assim, as colocou assentadas, e agradeceram o alimento. Poucos minutos depois, alguém bateu na porta, era o leiteiro dizendo que não teria tempo hábil de entregar o leite na cidade e resolveu entregar no orfanato. Em seguida, o dono de uma padaria local, trouxe muitos pães, que segundo ele, haviam torrado um pouco e não serviam para serem comercializados, e ele resolveu trazê-los para o orfanato. Meu sogro, Rev. Samuel José de Paula, estava construindo o templo em Registro-SP. Até que o prédio chegou num ponto em que precisava colocar as portas, porque senão, vândalos entrariam e danificariam a construção. Procurou um comerciante amigo dele, e comprou as portas, comprometendo-se a pagar numa data especifica. O dinheiro esperado, porém, não apareceu, e meu sogro, no dia marcado para o pagamento, foi até a loja e brincou com o dono dizendo que ainda não tinha o dinheiro, mas que o dia só acabava a meia noite. Uma mulher, amiga da família, resolveu fazer a Registro, tomaram café, conversaram, mas meu sogro nada falou de sua dificuldade, apenas compartilhou o projeto do templo. Na saída, aquela senhora resolveu deixar uma oferta, e preencheu um cheque com o valor exato da dívida que ele tinha com o japonês, Sr. Toyo Kenchi, dono daquela loja de construção. 

3. Fé exercitada gera temor e adoração – Em Mt 21.18-22 encontramos o texto correlato ao de Mc 11.12-14. em Mt lemos: “Vendo isto, os discípulos admiravam-se”(Mt 21.20). Experiência de fé gera espanto, admiração e louvor a Deus. Estas experiências de fé geram profundo impacto em nosso coração. Minha mãe estava ainda no inicio de sua vida crista, em Conceição do Ipanema-MG, pequena cidade interiorana quando uma conhecida veio aos prantos trazendo seu filho de 3 anos, com tétano, numa cidade que não tinha hospitais ou médicos, e a criança já apresentando espasmos. A única alternativa era a oração, e foi o que fizeram. Aos poucos a criança foi sendo restaurada e sai daquele quadro angustiante e foi curada. Os discípulos estão espantados com a figueira, mas Jesus apenas utiliza a figueira para ensinar princípios muito mais profundos e duradouros: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a este monte disseres: Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá”(Mt 21.21). Jesus ensina aos discípulos o poder da fé. Quando eles compreendem o que está acontecendo são tomados de adoração e admiração. O que está acontecendo na sua vida que precisa de um milagre? Não estou falando de causas possíveis através da medicina e de seus recursos, mas realmente algo que, se Deus não intervir, você não obterá vitória? “...tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11.24). Pelo menos por 3 vezes na Bíblia, Deus fala com seus servos para não esbarraram nas coisas impossíveis, mas os desafia a crer a despeito de qualquer evidencia, mesmo contra a esperança. Numa destas ocasiões foi com Abraão. Sara já tinha 90 anos, e quando ouviu a noticia de que engravidaria, naturalmente riu, não de alegria, mas de incredulidade. O próprio Abraão riu tanto a ponto de colocar seu rosto em terra (Gn 17.17). o que Deus lhes disse? “Acaso, para o Senhor há cousa demasiadamente difícil?”(Gn 18.14). Após a murmuração do povo no deserto, Deus prometeu que daria carne para 2 milhões de pessoas, não apenas um dia, mas um mês inteiro. Moisés esbarra na sua lógica administrativa. “Matar-se-ão para eles rebanhos de ovelhas e gados que lhe bastam ou se ajuntarão para eles todos os peixes do mar que lhe bastem?” (Nm 11.23). o que Deus responde: “Porém o Senhor respondeu a Moisés: Ter-se-ia encurtado a mão do Senhor?”(Nm 11.23). Maria enfrenta a mesma situação, adolescente ainda, se preparando para o casamento, ouve a afirmacao do anjo de que ela estava grávida. Sua lógica se antecipa: “como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (Mt 1.34) e Deus lhe responde: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas”. 

Conclusão: 

A falta de fé impede milagres. A Bíblia afirma que em certas cidades Jesus não pode operar milagres por causa da incredulidade dos seus moradores. Boa parte dos milagres que aconteciam às pessoas, Jesus os associava ao poder da fé. Mulher hemorrágica – “E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal”(Mc 5.34). Mulher Siro-fenícia – “Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha” (Mc 7.29). Pai do menino possesso – “Se podes! Tudo é possível ao que crê!” (Mc 9.23). O cego Bartimeu – “Então Jesus lhe disse: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. Então Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia Jesus estrada fora” (Mc 10.51,52). Você tem exercitado sua fé? “Não duvidar em seu coração, mas crer que se fará o que diz, será com ele” (Mc 11.23). você lê estas promessas racionalizando e se justificando, ou crendo? Eu não tenho nenhuma dificuldade em entender o que este texto está nos ensinando, mas admito uma enorme dificuldade em colocar em prática tal verdade. Nosso pecado número 1 é a incredulidade. Os discípulos foram mais censurados pela falta de fé do que por qualquer outro pecado. Por isto Jesus estava sempre insistindo: “Não temas! Crê somente”.

Rev Samuel Vieira.


OS FILHOS DE DEUS SÃO ESTRELAS


Gênesis 15.5


"Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: "Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las". E prosseguiu: "Assim será a sua descendência". (Gênesis 15:5)

IntroduçãoNo mundo de hoje se fala das estrelas referindo-se a pessoas que alcançaram a fama; nós ouvimos algo assim: "Tem nascido uma estrela! Uma nova estrela está brilhando no firmamento do espetáculo!..."
Há pessoas que são consideradas estrela do futebol, estrela da música, estrela das telas do cinema e da TV...

Considera-se estrela todo aquele que se destaca de um modo positivo sobre outros.

Agora, para Deus, é dito que os descendentes de Abraão são estrelas. Quando Deus chamou Abraão de dentro da tenda para fora, naquela noite no deserto, Ele disse: "Olhe para o céu e conte as estrelas... Assim será a sua descendência". Aleluia!

Abraão teve dois tipos de descendentes:
a) - Descendentes DE ACORDO COM A CARNE: O povo de Israel.
b) - Descendentes DE ACORDO COM A FÉ: aqueles que, como você e eu, (se aceitamos a Cristo como Salvador), somos descendentes de Abraão segundo a fé.
É como aconteceu com aquele homem na Bíblia, chamado Zaqueu. No dia em que Zaqueu creu em Jesus como seu Senhor e Salvador, Jesus disse dele: "Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão" (Lc 19.9).

Você entende isso? ...hoje, se você crer no seu coração, que Jesus Cristo te salva da morte e do inferno, você também se torna filho de Deus, e por assim dizer, descendente de Abraão segundo a fé.

Então, de acordo com a Bíblia, para Deus, se você crê em Jesus, você é uma daquelas estrelas que Deus mostrou a Abraão. Aleluia!

E é uma estrela para sempre porque a Bíblia diz no livro de Daniel que estas estrelas, estas pessoas que se tornaram Seus filhos - filhos de Deus - resplandecem sempre e eternamente!
Então diga depois de mim: "Os filhos de Deus são estrelas". [posso ouvir um "amém"?]

AGORA, UMA ESTRELA TEM VÁRIAS CARACTERÍSTICAS:

...a primeira que vejo é que:
1. Ela está acima, lá no altoUma estrela não rasteja. Ela tem a sua habitação nas alturas.
Pois assim são os filhos de Deus: eles estão sentados em lugares celestiais com Cristo. A Bíblia diz isto em Ef 2.6: "Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais...".
E desta posição, os filhos de Deus intercedem e governam sobre a terra. Ap 5.17 diz que os filhos de Deus "...reinarão em vida por meio de... Jesus Cristo". Aleluia!

É esta a posição espiritual que ocupam as pessoas que são filhos de Deus! Eles estão acima, eles estão colocados em lugares altos!

Você pensa que tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada pode fazer um filho de Deus cair prostrado, derrotado ao chão? Não pode! Não pode porque filhos de Deus, em todas estas coisas, são mais do que vencedores!

Eles são como estrelas, estão sempre em cima, sempre na parte alta, e ainda que sejam molestados por aquelas coisas, "...nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os demônios, nem as coisas do presente, nem do futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra criatura será capaz de separar do amor de Deus aquele que está em Cristo Jesus!" Aleluia!!!

Você não vê um filho de Deus na fossa, na sarjeta, na mendicância...

Deus fez uma promessa dizendo, Dt 28.13: "O SENHOR fará de vocês a cabeça das nações, e não a cauda. Se obedecerem aos mandamentos do SENHOR, o seu Deus... vocês estarão sempre por cima, nunca por baixo".
Os filhos de Deus são estrelas e como tal, estão em cima, são pessoas sempre em lugares altos! Aleluia!

...a segunda característica de uma estrela é que:
2. Ela Brilha na noiteÉ na escuridão que se salienta a luz das estrelas. Dizem os astrônomos que durante uma noite clara, em lugar livre de poluição, é possível ver, a olho nu (isto é, sem auxílio de aparelho), cerca de 3.000 estrelas!
Algumas estrelas chegam a ser milhares de vezes mais brilhantes do que o Sol. A estrela mais brilhante, por exemplo, é 62.000 vezes mais luminosa que o Sol. Deus fez as estrelas para que brilhem poderosamente!
Da mesma forma fazem os filhos de Deus!

A Bíblia recomenda aos filhos de Deus, que se tornem puros e irrepreensíveis, inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual (disse ele), os filhos de Deus brilham como estrelas no universo (Fp 2.15).

Você vê muitas pessoas abatidas hoje em dia, pessoas cujos sorrisos foram apagados, cujos sentimentos de alegria também foram apagados... pessoas para quem a vida é sombria, é escura... mas observe os filhos de Deus - ainda que eles estejam sendo provados, note o brilho da face deles, o brilho dos olhos deles.

Filhos de Deus são estrelas e brilham nas trevas mais densas!

Amado, brilhar como astros no mundo, brilhar como estrelas, esta é uma característica dos filhos de Deus!

...agora, outra característica das estrelas é que:
3. Quando sai o Sol, elas desaparecemVocê não vê as estrelas ao meio-dia. Pode "ver estrelas" no sentido de desenho animado, como o daquela divertida dupla "Tom e Jerry".
Já assistiu? Na ânsia do gato apanhar o rato, Tom leva cada surra... em volta da cabeça dele aparecem estrelinhas rodando ao som de um zunido doloroso...

Mas, então, quando sai o sol, você não vê as legítimas estrelas, porque aquela, o sol, é a estrela maior, é a estrela de 5ª grandeza! O seu resplendor supera o brilho de qualquer outra. É aí que ocorre o eclipse, o ocultamento dos astros, ...eles são encobertos pela luz do Sol.

Amado: Diante de Jesus nós, quando somos filhos de Deus, também nos eclipsamos.
No livro do Apocalipse é dito que, quando foi dada uma visão de como é Jesus Cristo, João descreveu assim: "...sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor" (Ap 1.16). Aleluia!!!

A pessoa quando se torna filho ou filha de Deus, ela ganha consciência do seu devido lugar: ela não tem mais aquele orgulho que leva muitos homens e mulheres a dizer: "Eu sou bom. Eu sou justo; não preciso fazer dessas orações de arrependimento, de confissão de pecados... Eu, quando morrer, mereço o céu! Mereço estar diante de Deus".

Ah! Não é assim o filho de Deus. Embora, diante da escuridão do mundo, os filhos de Deus sejam grandes, sejam poderosos no brilho que possuem, a ponto de fazer fugir as trevas com todos os seus demônios, porém, quando sai o Sol da justiça, porém, quando se colocam diante de Jesus, os filhos de Deus se vêem como pequenos, como servos e não como senhores!

Acontece a eles o mesmo que se passou ao coração de João Batista.
Em certa ocasião, Jesus declarou que "entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista" (Mt 11.11)... ele era estrela de Deus! Todavia, quando João ensinava e batizava a muitas pessoas, ele declarou acerca de Jesus Cristo, escute isso: "...que ele cresça e que eu diminua" Jo 3.30).

É esse o sentimento característico das pessoas que se tornaram filhos de Deus. Não existe neles o orgulho, a soberba, nenhum daqueles espíritos que movem os homens a dizer: "Eu, um servo? Você está brincando! Eu, me submeter a jejum, a oração, a ficar em pé nos cultos da igreja para cantar, ou de joelhos no piso frio para orar... me submeter a autoridade de um líder e fazer prestação de conta das minhas tarefas?"

Não... os filhos de Deus são pessoas humildes, libertadas do orgulho, e que se prostram quando se vêem face a face com o seu Senhor...

No dia em que João teve a visão de Jesus, e O viu tão cheio de glória, tão resplandecente, a Bíblia diz que ele caiu aos seus pés... porque filhos de Deus são como estrelas - na presença de Yeshua Hamaschia, de Jesus Cristo o Rei dos reis, eles se deixam encobrir como fazem as estrelas diante da luz do sol quando se levanta.

...as estrelas também:
4. Elas são de diferentes magnitudesHá estrelas grandes e estrelas pequenas.
Um fato curioso é que quando você olha para o céu e vê um pontinho luminoso lá no alto e mais outro, talvez um pouco maior que aquele, do outro lado, a impressão que dá é que aquele pontinho é uma estrela pequena e que essa outra é grande. Todavia, aquele pontinho que você julga ser uma estrela pequena, pode ser, na verdade, uma estrela grande... vai depender da distância em que as estrelas estão da terra.

Amado: No reino de Deus há também grandes e pequenos.
Jesus estava ensinando sobre o cumprimento da lei (na lei há mandamentos como: Não matarás, não adulterarás, não jurar falsamente e muitos outros); então Jesus disse isso: "Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos Céus" (Mt 5.19).

Isto significa que, no Reino de Deus, todos nós podemos lutar para sermos grandes, expansivos.

Os filhos de Deus não se conformam com a mediocridade; eles podem crescer e brilhar mais, brilhar como brilha o Senhor Jesus.

Isto, pois, é um desafio para a vida dos filhos de Deus; o desafio é que cresçam, é que alcancem magnitude espiritual.

Por isso, ouça: os filhos de Deus são pessoas que estão crescendo. Há gente andando para trás, mas não os filhos de Deus!

Amado: Deus tem mais para você! E mesmo quando nos tornamos em estrelas, em filhos de Deus, Deus ainda terá mais para nós.

...a próxima característica das estrelas é que:
5. Elas são distantes, mas se parecem próximasAté que o telescópio fosse inventado a distância das estrelas não era conhecida. Hoje já se sabe que a estrela mais distante, a que está na Constelação de Cetus, se encontra a fantásticos 11 bilhões de anos-luz da terra. Mas antes se pensava que elas eram de outro mundo, de outro sistema...
O coração dos filhos de Deus também não é deste mundo, embora estejam neste mundo. Jesus declarou, acerca dos discípulos, em certa ocasião: Jo 15.19: "...vocês não são do mundo...".

Esta é uma característica impressionante: nós vemos pessoas correndo todas interessadas em acumular suas riquezas, em juntar tudo do bom e do melhor dentro de suas casas, em encher os seus depósitos... vemos pessoas preocupadíssimas com o vestir roupas caras e em ter uma comida fina na mesa... vemos pessoas sedentas por estatus, por poder, por fama...

Os filhos de Deus, porém, são distantes de tudo isso. Embora eles sejam vistos tão próximos, tão pertos de tudo aquilo que interessa a este mundo, o coração deles, todavia, está voltado para cima, está interessado nas coisas que são do alto e não nas que são daqui da terra.

Isto explica porque os filhos de Deus são seguros, esperançosos...

Por isso, que os filhos de Deus podem ser vistos ora tão próximos, ora tão distantes... pois como são estrelas de Deus, o coração deles está no céu, o coração deles busca as coisas do alto. Aleluia!

...a outra característica das estrelas é que:

6. Elas sempre estão láTodas as noites as estrelas aparecem. As nuvens podem tapá-las, o tempo nebuloso e com jeito de chuva pode cobri-las, mas elas estão lá!
Ouça: Sempre vai haver filhos de Deus. Se você imagina que a morte vai por fim a um filho de Deus, esse é um engano seu. Jo 5.24: "Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida". Jô 11.25: "Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá". 1 Jo 3.14: "Sabemos que já passamos da morte para a vida...".

O Reino de Deus é eterno, e os seus servos estarão eternamente com Ele. Mt 28.20: "ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos". Jô 14.2: "Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. "Vou preparar-lhes lugar".

Os filhos de Deus são pessoas que sempre vão existir!

...há uma última característica que quero descrever sobre as estrelas; é que:
7. Elas são quentesEu li que as estrelas são quentes. As estrelas de coloração vermelha possuem uma temperatura em torno de 2.500 a 3.000 graus! Depois vem as amarelas e as de cor laranja... Mas as de cor azul, podem ter temperatura de até 50 mil graus. Elas são quentes!

Os filhos de Deus também são pessoas efusivas, quentes. Aquele seriado "Temperatura Máxima" devia ser inspirado na vida dos filhos de Deus.

Os filhos de Deus não são pessoas frias, desanimadas... enquanto todo mundo anda dizendo: "a coisa está mal, tudo está indo de mal à pior..." os filhos de Deus estão a dizer: "vai dar tudo certo; nós oramos, Deus vai mover o seu braço e dará vitória!" Aleluia!

Os filhos de Deus falam como está no Sl 20: "Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR, nosso Deus. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé".

Aleluia! Meu amado, eu quero dizer pra você que o entusiasmo faz parte da vida dos que são filhos de Deus - porque filhos de Deus são como estrelas, eles são quentes, tem o calor do fogo do Espírito Santo neles! Oh! Glória!

CONCLUSÃO:

Os filhos de Deus são estrelas - quando você se torna um filho de Deus, você também passa a ser uma estrela, e sendo estrela, um filho de Deus...
Você estará colocado em lugares altos;
Você vai brilhar nas trevas, mesmo nos momentos mais sombrios;
Você será grande diante da escuridão do mundo, porém, diante de Jesus você se verá pequeno, como servo e não senhor;
Você poderá alcançar grande magnitude espiritual;
Você está no mundo, mas não é do mundo;
Você sempre existirá, ainda que morra, viverá;
E você será quente; haverá calor da presença de Deus na sua vida!

E em virtude de tudo isso, lemos na Bíblia, que quando Jesus Cristo nasceu, uma estrela foi vista nos céus do Oriente, pelo que os reis magos disseram: "Vimos a sua estrela e viemos adorá-lo" (Mt 2:2).
O sentido espiritual disso é que quando as pessoas virem você, como autêntico filho de Deus, elas também desejarão vir adorar a Cristo.

Os filhos de Deus são estrelas e podem atrair novos adoradores para Deus.

Portanto, se você é filho de Deus, você é uma estrela! Então brilhe com intensidade para a glória de Deus! Amém.







O ANTICRISTO, O AGENTE DE SATANÁS




Referência: Apocalipse 13.1-18

INTRODUÇÃO

1. A pretenção do anticristo – Satanás, embora derrotado (Ap 12), ainda recebe permissão para perseguir a igreja com sua fúria mais terrível. Ele sempre quis imitar a Deus. O dragão quis ser igual a Deus, numa tentativa de imitar a Deus Pai. A besta que surge da terra, o Anticristo tentará imitar Jesus Cristo. Como o Filho encarnou-se, morreu e ressuscitou, o Anticristo – será uma espécie de encarnação de Satanás, que passará por uma experiência de morte e um simulacro da ressurreição. A besta que surge da terra, o falso profeta, levará os homens a adorarem a primeira besta, numa tentativa de imitar o Espírito Santo que leva os homens a adorarem a Cristo. A Grande Meretriz, a falsa igreja, é uma imitação da Mulher Celestial, da Noiva do Cordeiro, a igreja fiel.Onde quer que um poder civil despótico dê as mãos a alguma religião falsa, aí temos uma reprodução dessas duas bestas.

2. O tempo da aparição do anticristo – Embora o mistério da iniquidade já esteja operando (2 Ts 2:7), o anticristo como pessoa que encarnará o poder dos reinos ímpios e também todo o poder de Satanás, emergirá no breve tempo do fim, visto na Bíblia de várias formas: a) A apostasia (2 Ts 2:3); b) A grande tribulação (Mt 24:21-22); c) A revelação do homem da iniquidade (2 Ts 2:3); d) O pouco tempo de Satanás (Ap 20:3).

I. AS VÁRIAS FACETAS DO ANTICRISTO

1. O anticristo no Livro de Daniel
a) Dn 7:1-6,17-18 - O anticristo é representado inicialmente não como uma pessoa, mas como quatro reinos (leão, urso, leopardo e outro terrível) – Os impérios da Babilônia, Medo-Persa, Grego e Romano.
b) Dn 7:21,25 – 1) Antíoco Epifanes – profanou o templo quando o consagrou ao deus grego Zeus e mais tarde sacrificou porcos no altar do templo.

2. O anticristo no Ensino de Jesus
a) Mt 24:15-28 – 1) O anticristo é visto como o imperador romano Tito que no ano 70 d.C., destruiu a cidade de Jerusalém e o templo (v. 15-20), 2) O anticristo é visto como um personagem escatológico (v. 21-22). A profecia bíblica vai se cumprindo historicamente e avança para a sua consumação final.

3. O anticristo nas Cartas de João
a) Definição – A palavra “anticristo” = cristo substituto ou cristo rival. Ele será um adversário jurado de Cristo.
b) 1 Jo 4:2-3 – O termo anticristo é usado em um sentido impessoal.
c) 1 Jo 2:22; 2 Jo 7 – João refere-se ao anticristo de forma pessoal. Mas João vê o anticristo como uma pessoa que já está presente, ou seja, como alguém que representa a um grupo de pessoas. Assim, o anticristo é um termo utilizado para descobrir uma quantidade de gente que sustenta uma heresia fatal.
d) 1 Jo 2:28 – João fala tanto do anticristo que virá e do anticristo que já está presente. Assim, João esperava um anticristo que viria no tempo do fim – Os anticristos são precursores do Anticristo.
e) Conclusão sobre o entendimento de João sobre o anticristo – Para João o anticristo sempre esteve presente nos seus precursores, mas ele se levantará no tempo do fim como expressão máxima da oposição a Cristo e sua igreja.

4. O anticristo como o homem do pecado na teologia de Paulo – 2 Ts 2:1-12
a) Surgirá da grande apostasia (v. 3);
b) Será uma pessoa (v. 3);
c) Será objeto de adoração (v. 4);
d) Usará milagres falsos (v. 9);
e) Só pode ser revelado depois que aquilo e aquele que o detém for removido (v. 6,7);
f) Será totalmente derrotado por Cristo (v. 8);

II. A DESCRIÇÃO DO ANTICRISTO – (Ap 13:1-18)

1. Sua ascensão se dará num tempo de muita turbulência – v. 1
• “Vi emergir do mar uma besta” (v. 1). O que significa isso? As águas do mar são multidões, as nações e os povos na sua turbulência político-social (Ap 17:5). As águas são símbolo das nações não regeneradas em sua agitação (Is 57:20). Antes do levantamento do anticristo, o mundo estará em desespero, num beco sem saída. Ele emerge desse caos. O pequeno chifre de Daniel, o homem de desolação citado por Jesus, o homem da iniquidade citado por Paulo, o anticristo citado por João e a besta que emerge do mar são a mesma pessoa. Esse personagem encarnou-se na figura dos imperadores (Dominus et Deus) e também em outros reis e reinos despóticos, mas se apresentará no fim como o anticristo escatológico. Ele com seu grande poder vai seduzir as pessoas e conquistar as nações.
a) Ele se levantará num contexto de grandes convulsões naturais – Terremotos, epidemias e fomes.
b) Ele aparecerá num tempo de grande convulsão social – Será um tempo de guerras e rumores de guerras, onde reinos se levantarão contra reinos. O mundo será um campo de guerra.
c) Ele surgirá num tempo de profunda inquietação religiosa – Ele brotará do ventre da grande apostasia. Os homens obedecerão ensinos de demônios. Os falsos mestres e os falsos cristos estarão sendo recebidos com entusiasmo. Nesse tempo haverá duas igrejas: a apóstata e a fiel.
d) Ele surgirá oferecendo solução aos problemas mundiais – O mundo estará seduzido pelo seu poder. Os homens estarão dizendo: “Paz, paz”, quando lhes sobrevirá repentina destruição. O historiador Arnold Toynbee disse: “O mundo está pronto para endeusar qualquer novo Cesar que consiga dar à sociedade caótica unidade e paz”.
e) Ele surgirá num tempo de profunda desatenção à voz do juízo de Deus (Mt 24:37-39) – Esse tempo será como nos dias de Noé.

2. Ele incorpora todo o poder, força e crueldade dos grandes impérios do passado (v. 2)
a) Daniel viu quatro animais ferozes, represetando quatro reinos – A força anticristã foi vista por Daniel como quatro reinos que dominaram o mundo (Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma).
b) O Anticristo incorpora todo o poder dos impérios anticristãos – O anticristo é o braço de Satanás, enquanto o falso profeta é a mente de Satanás. Ele será um ser totalmente mau, prodigiosamente conquistador. Ele terá a ferocidade do leão, a força do urso e velocidade do leopardo. A besta que sobe do mar simboliza o poder perseguidor de Satanás incorporado em todas as nações e governos do mundo através de toda a história. Essa besta toma diferentes formas. No fim se manifestará na pessoa do homem da iniquidade.

3. Ele agirá no poder de Satanás (v. 2-4; 2 Ts 2:9,10)
a) O anticristo vai manifestar-se com um grande milagre (v. 3) – Ele vai distinguir-se como uma pessoa sobrenatural, por um ato que será um simulacro da ressurreição. Esse fato é tão importante que João o registra três vezes (v. 3,12,14). Certamente não será uma genuína ressurreição dentre os mortos, mas será o simulacro da ressurreição, produzido por Satanás. O propósito dessa misteriosa transação será conceder a Satanás um corpo. Satanás governará em pessoa. O anticristo será uma espécie de encarnação de Satanás. O maioria dos estudiosos vê nessa figura a lenda do Nero redivivo. Nero se suicidou em 68 d.C., em um ano no meio de golpes surgiram 4 imperadores: Galba, Oto, Vitélio e finalmente Vespasiano. Depois surgiu a lenda de que Nero não tinha morrido, mas escapado para o oriente, e que voltaria em triunfo. No tempo de João, Domiciano foi chamado o segundo Nero.
b) O anticristo vai realizar grandes milagres (2 Ts 2:9,10) – “Ora o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira”. Hoje vivemos numa sociedade ávida por milagres. As pessoas andam atrás de sinais e serão facilmente enganadas pelo anticristo.
c) O anticristo vai ditar e disseminar falsos ensinos (2 Ts 2:11) – Nesse tempo os homens não suportarão a sã doutrina (2 Tm 4:3), mas obedecerão a ensinos de demônios (1 Tm 4:1). As seitas heréticas, o misticismo e o sincretismo de muitas igrejas pavimentam o caminho para a chegada do anticristo.
d) O anticristo vai governar na força de Satanás (Ap 13:2) – “Deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade”. Na verdade quem vai mandar é Satanás. Os governos subjugados por ele vão estar sujeitos a Satanás. Será o pouco tempo de Satanás. O período da grande tribulação. O governo do anticristo vai ser universal, pois o Satanás é o príncipe deste mundo. O mundo inteiro jaz no maligno. Aquele reino que Satanás ofereceu a Cristo, o anticristo o aceitará. Ele vai dominar sobre as nações. “Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação” (Ap 13:7). O governo universal do anticristo será extremamente cruel e controlador (Ap 13:16,17). O seu poder será irresistível (Ap 13:4). A grande pergunta será: “Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?”
e) O anticristo vai se tornar irresistível (v. 4) – Ele será singular e irresistível. Terá a aparência de um inimigo invencível. Contra Deus e os santos que estão no céu vai blesfemar (v. 6). Contra a igreja que estará na terra, ele vai perseguir e matar (v. 7,15b).

4. Ele será objeto de adoração em toda a terra (Ap 13:3,4,8,12; 2 Ts 2:4)
a) A adoração ao anticristo é o mesmo que adoração a Satanás (v. 4) – Adoração é um tema central no livro de Apocalipse: a noiva está adorando o Cordeiro, e a igreja apóstata está adorando o dragão e o anticristo. O mundo está ensaiando essa adoração aberta ao anticristo e Satanás. O Satanismo e o ocultismo estão em alta: As seitas esotéricas crescem. A Nova Era proclama a chegada de um novo tempo, em que o homem vai curvar-se diante do “Maitrea”, o grande líder mundial. A adoração de ídolos é uma espécie de adoração de demônios (1 Co 10:19,20). A necromancia é uma adoração de demônios. O grande e último plano do anticristo é levar seus súditos a adorarem a Satanás (Ap 13:3,4). Esse será o período da grande apostasia. Nesse tempo os homens não suportarão a verdade de Deus e obecerão a ensinos de demônios. O Humanismo idolátrico – O endeusamento do homem e sua consequente veneração é uma prática satânica. Adoração ao homem e adoração a Satanás são a mesma cousa.
b) O anticristo fará forte oposição a toda adoração que não seja a ele mesmo (2 Ts 2:4) – Ele vai se opor e se levantar contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto. Assim agiram os imperadores romanos que viam no culto ao imperador o elo de união e fidelidade dos súditos do império. Deixar de adorar o imperador era infidelidade ao Estado. O anticristo também se assentará no templo de Deus, como Deus, fazendo-se passar por Deus. Ele vai usurpar a honra honra e a glória só devida a Deus.
c) A adoração do anticristo será universal (Ap 13:8,16) – Diz o apóstolo João que “adorá-lo-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro”. Satanás vai tentar imitar Deus também nesse aspecto. Ao saber que Deus tem os seus selados, ele também selará os seus com a marca da besta (Ap 13:8, 16-18). Todas as classes sociais se acotovelarão para entrar nessa igreja apóstata e receber a marca da besta (13:16).
d) O anticristo perseguirá de forma cruel aqueles que se recusarem a adorá-lo (Ap 13:7,15) – Esse será um tempo de grande angústia (Jr 30:7; Dn 12:1; Mt 24:21-22). A igreja de Cristo nesse tempo será uma igreja mártir (13:7,10). Mas os crentes fiéis vão vencer o diabo e o anticristo, preferindo morrer a apostatar (Ap 12:11).

5. Ele fará oposição aberta a Deus e à igreja de Cristo (Ap 13:6,7; 2 Ts 2:4)
a) O anticristo será um opositor consumado de Deus (Dn 7:25; 11:36; 2 Ts 2:4; 1 Jo 2:2; Ap 13:6) – “Proferirá palavras contra o Altíssimo”; “contra o Deus dos deuses, falará cousas incríveis”. O apóstolo Paulo diz que ele “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus”. João declara: “e abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome”. Diz ainda: “Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho”. O anticristo vai usar todas as suas armas para ridicularizar o nome de Deus. Ele vai fazer chacota com o nome do Altíssimo.
b) O anticristo fará violenta e esmagadora oposição contra a igreja (Dn 7:25; 7:21; Ap 12:11; 13:7) – “Ele magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos”. “Ele fará guerra contra os santos e prevalecerá contra eles”. Mas, mediante a morte os santos o vencerão (Ap 12:11). João diz: “Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse” (13:7). O anticristo se levantará contra a igreja, contra o culto e contra toda expressão de fidelidade a Deus. Esse será o ponto mais intenso da grande tribulação (Mt 24:15-22).

6. O anticristo será apoiado pela segunda besta, o falso profeta (Ap 13:11-18; 16:13; 19:20)
a) A segunda besta seduzirá o mundo inteiro a adorar a primeira besta (Ap 13:11-15) – Se a primeira besta é o braço de Satanás, a segunda é a mente de Satanás. Ela é o falso profeta. A primeira besta age no campo político, a segunda no campo religioso. O Falso Profeta vai preparar o terreno para o anticristo e vai preparar o mundo para adorá-lo. A primeira besta será conhecida pelo seu poder conquistador, pela sua força (v. 4). A segunda besta será conhecida pelo seu poder sobrenatural, de fazer grandes milagres (v. 13-16).
b) A segunda besta usará também a arma do controle para garantir a adoração da primeira besta (Ap 13:16-18) – Esse será um tempo de cerco, de perseguição, de controle, de vigilância, de monitoramento das pessoas, no aspecto político, religioso e econômico. Todo regime totalitário busca controlar as pessoas e tirar delas a liberdade. A recusa na adoração à primeira besta implica em morte (v. 15b).
c) A segunda besta usará um selo distintivo para os adoradores da primeira besta (Ap 13:18; 14:9-11) – Assim como a noiva do Cordeira recebe um selo (7:3; 9:4), também os adoradores da besta recebem uma marca (13:16). Então só haverá duas igrejas na terra, aquela que adora a Cristo e aquela que adora o anticristo. Assim como os que recebem o selo de Deus terão a vida eterna, os que recebem a marca da besta vão perecer eternamente (Ap 14:11; 20:4).

III. A MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO

1. Sua presente dissimulação e futura revelação (2 Ts 2:6-8)
• Diz o apóstolo Paulo que o anticristo está sendo detido por ALGO (v. 6) e por ALGUÉM (v. 7). “E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito o mistério da iniquidade já opera o aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém” (2 Ts 2:6-7). O que é esse ALGO? Quem é esse ALGUÉM? A maioria dos estudiosos entende que o algo é a LEI e que o ALGUÉM é AQUELE QUE FAZ A LEI SE CUMPRIR.
• É por isso que o anticristo vai surgir no período da grande apostasia, quando os homens, não suportarão leis, normas nem absolutos. Então, eles facilmente se entregarão ao homem da ilegalidade, o filho da perdição.

2. O número de sua identificação (Ap 13:18; 2 Ts 2:3)
• O anticristo no seu cumprimento profético foram governos anticristãos e totolitários ao longo dos séculos que perseguiram a igreja, assim, como o falso profeta simboliza as religiões e as filosofias falsas deste mundo que desviaram os homens de Deus para adorarem o anticristo e o dragão. Ambas as bestas se opoem a igreja durante toda a dispensação.
• Mas, o anticristo aponta para um personagem escatológico que reunirá toda a maldade dos impérios e governos totalitários.
• O anticristo será uma pessoa, ele é o homem da iniquidade, o filho da perdição, o abominável da desolação, a besta que emerge do mar, a encarnação de Satanás: Os cristãos primitivos entenderam que ele era Nero. Os reformadores entenderam que ele era o Papa romano. Estudiosos modernos disseram que foi representado por Napoleão, Hitler, Mussoline.
• Seu número é 666. Sete é o número perfeito, seis o número imperfeito. Seis é o número do homem, o número incompleto, imperfeito, o número do fracasso. O número do anticristo é fracasso, sobre fracasso, sobre fracasso. Ele incorporará a plenitude da imperfeição, a consumação da maldade.

3. A limitação do anticristo (Ap 13:5)
a) O anticristo tem um poder limitado - visto que pode matar os santos, mas não vencê-los (12:11; 20:4). Os verdadeiros crentes preferirão a morte à apostasia (13:8), vencendo assim a besta (15:2). Eles não temem aquele que só pode matar o corpo e não a alma. O anticristo também não pode fazer nada contra Deus e contra os remidos na glória, a não ser falar mal (13:6).
b) O anticristo tem um tempo limitado (13:5) - Quando o seu tempo acabar, ele mesmo será lançado no lago do fogo (19:20).

4. Sua total destruição (2 Ts 2:8)
• Jesus o matará com o sopro da sua boca e o destruirá pela manifestação da sua vinda (2 Ts 2:8).
• Ele será quebrado sem esforço de mãos humanas (Dn 8:25).
• Jesus vai tirar o domínio do anticristo para o destruir e o consumir até o fim (Dn 7:26).
• O anticristo será lançado no lago do fogo que arde com enxofre (Ap 19:20).
• Cristo colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:24-25).
• A igreja selada por Deus (Ap 9:4), preferirá a morte à apostasia e assim vencerá o dragão e o anticristo (Ap 12:11). Aqueles cujos nomes estão no livro da vida não adorarão o anticristo (Ap 13:8). Esses reinarão com Cristo para sempre.


Rev Hernandes Dias Lopes.

Um comentário:

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