quinta-feira, 23 de março de 2017

MARTYN LLOYD-JONES SOBRE O DOM DE PROFECIA.




Aqui está o que Lloyd-Jones afirmou:

“Podemos dizer, contudo, que o profeta era uma pessoa a quem a verdade era dada pelo Espírito Santo [...] Vinha-lhes uma revelação ou mensagem ou algum discernimento da verdade e, cheios do Espírito, podiam fazer declarações benéficas e proveitosas para a igreja. Certamente está claro que também isto era temporário, e por esta boa razão, que naqueles primeiros dias da Igreja não havia Escrituras do Novo Testamento, a verdade ainda não tinha sido exposta em palavras escritas.Tente imaginar a nossa posição se não possuíssemos estas cartas do Novo Testamento, mas apenas o Antigo Testamento. Era essa a posição da igreja primitiva. A verdade foi dada a ela, principalmente pelo ensino e pregação dos apóstolos, mas ela foi suplementada pelo ensino dos profetas aos quais foi dada a verdade e também a capacidade de falar com clareza e poder na demonstração e autoridade do Espírito.Mas uma vez que estes documentos do Novo Testamento foram escritos, o ofício de um profeta não era mais necessário. Por isso, nas Epístolas Pastorais, que se aplicam a uma etapa posterior na história da Igreja, quando as coisas haviam se tornado mais estáveis e fixas, não há nenhuma menção aos profetas. É evidente que mesmo o ofício de profeta não sendo mais necessário, a chamada foi para os mestres, pastores e outros exporem as Escrituras e transmitirem o conhecimento da verdade.Mais uma vez temos que observar que muitas vezes na história da Igreja o problema surgiu porque as pessoas pensavam que eram profetas no sentido do Novo Testamento, e que tinham recebido revelações especiais da verdade. A resposta para isso é que, na perspectiva das Escrituras do Novo Testamento, não há necessidade de verdades adicionais. Essa é uma proposição absoluta. Nós temos toda a verdade no Novo Testamento, e não temos necessidade de quaisquer outras revelações. Tudo foi dado, tudo o que é necessário para nós está disponível. Portanto, se alguém alega ter recebido uma revelação de alguma nova verdade, devemos suspeitar dele imediatamente [...]A resposta para tudo isso é que a necessidade de profetas terminou uma vez que temos o cânon do Novo Testamento. Não precisamos mais de revelações diretas da verdade; a verdade está na Bíblia. Nunca devemos separar o Espírito da Palavra. O Espírito nos fala através da Palavra, por isso, devemos sempre duvidar e consultar qualquer suposta revelação que não seja completamente consistente com a Palavra de Deus. Na verdade, a essência da sabedoria é rejeitar completamente o termo ‘revelação’, no que nos diz respeito, e só falar de ‘iluminação’. A revelação foi dada de uma vez por todas, e o que precisamos e o que pela graça de Deus podemos ter, e temos, é a iluminação do Espírito para entender a Palavra” (D. Martyn Lloyd-Jones. Christian Unity. Grand Rapids: Baker, 1987. pp. 189-91).[i]

Claramente, a explicação de Lloyd-Jones acerca da profecia do Novo Testamento é contrária à posição continuísta.

Porque o seu nome é levantado muitas vezes por aqueles que defendem uma posição continuísta, a sua descrição de profecia se torna especialmente pertinente na atual discussão sobre os dons.

UPDATE: Alguns comentaristas têm sugerido que Lloyd-Jones estava se referindo apenas à profecia escriturada e, portanto, suas declarações acima não se aplicam à posição continuísta contemporânea. No entanto, este não é o caso. Num parágrafo da introdução da discussão acima, Lloyd-Jones descreveu o tipo de profecia do Novo Testamento ao qual ele estava se referindo:

“No Novo Testamento os profetas geralmente são unidos aos apóstolos, como no segundo capítulo desta epístola: ‘Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele próprio a pedra angular, Jesus Cristo’ (Ef 2.20). Mas, embora estejam junto dos apóstolos, os profetas são obviamente diferentes. Por exemplo, não era necessário que um profeta tivesse visto o Senhor ressuscitado. Na verdade, em geral, ele não precisava ter muitas das qualificações do apóstolo. Essencialmente, um profeta era um homem que falava sob a inspiração direta do Espírito Santo. É claro que, algumas vezes, um profeta era uma mulher. Somos informados no segundo capítulo de Lucas, que Ana era uma ‘profetisa’. De igual modo, é dito em Atos que Filipe, o evangelista, tinha quatro filhas que ‘profetizavam’ (21.9). Existem muitas referências a profetas no Novo Testamento. Por exemplo, em Atos nos é dito que havia vários profetas na igreja de Antioquia, alguns dos quais tinham vindo de Jerusalém (11.27; 13.1). Um deles, chamado Ágabo, profetizou que uma grande fome estava para vir sobre a terra, e ele exortou os cristãos sobre isso. Há um ensino específico sobre os profetas no capítulo catorze da Primeira Epístola aos Coríntios” (D. Martyn Lloyd-Jones. Christian Unity. Grand Rapids: Baker, 1987. p. 188).[ii]

Observe que Lloyd-Jones vê uma distinção entre apóstolos e profetas em Efésios 2.20. Isto vai contra a comum interpretação continuísta desta passagem. Além disso, observe que Lloyd-Jones inclui as filhas de Filipe, Ágabo e até mesmo os profetas congregacionais de 1Coríntios 14 sob a égide da profecia do Novo Testamento que ele está discutindo.

Nada nos comentários de Lloyd-Jones (ao menos nesta seção em particular) sugere que ele abraçou a visão dos dois níveis da profecia do Novo Testamento, que caracteriza a posição continuísta contemporânea.


Por Nathan Nusenitz
O Dr. Eryl Davies faz a seguinte afirmação em seu artigo publicado no jornal Themelios, intitulado Dr. Martyn Lloyd-Jones: Uma Introdução“Embora carismáticos e pentecostais o reivindiquem como defensor dos seus pontos de vista, uma leitura cuidadosa dos escritos de M. L-J deixa claro que eles o entenderam mal”.

Davies fundamenta a sua afirmação (em parte) apontando para uma seção da obra Unidade Cristã, de Lloyd-Jones, na qual o Doutor (como ele era frequentemente chamado) discute a natureza da profecia do Novo Testamento.

retirado: http://www.cristaoreformado.com/2016/02/martyn-lloyd-jones-sobre-o-dom-de.html

quinta-feira, 9 de março de 2017

07 características de uma igreja que é dirigida por um falso pastor



Quantas igrejas nesse país não tem sido dirigidas por falsos pastores não é mesmo? Na verdade a quantidade de pastores desqualificados, despreparados e sem caráter que dirigem igrejas nesse país é de impressionar qualquer um. Pensando nisso, resolvi elencar sete características de uma igreja dirigida por um falso pastor:

1- Uma igreja dirigida por um falso pastor é  aquela que não faz das Escrituras sua única e exclusiva regra de fé. 

2- Uma igreja dirigida por um falso pastor é aquela que substituiu as verdades do evangelho, pelo culto ao dinheiro e a Mamon.

3- Uma igreja dirigida por um falso pastor é aquela que abandonou as doutrinas fundamentais à fé cristã em detrimento a falsas doutrinas, cuja existência deve-se exclusivamente à satisfação do homem.

4- Uma igreja dirigida por um falso pastor é aquela cuja liturgia, ensino, doutrina e fundamentos são eminentemente antropocêntricos culminando de forma velada com o culto ao homem ou a personalidade.

5- Uma igreja dirigida por um falso pastor é aquela que administra de forma errada o batismo e a Ceia do Senhor.

6- Uma igreja dirigida por um falso pastor é aquela onde a Palavra de Deus não é exposta com fidelidade.

7- Uma igreja dirigida por um falso pastor é aquela que dentre outras coisas,  nega a divindade de Cristo, a Trindade Santa, a salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, a volta corporal de Cristo e Juízo final.

Pense nisso!

Renato Vargens

Por uma REFORMA na Igreja Brasileira.




Assim como foi necessária uma Reforma contra os abusos da igreja católica romana no século XVI, a igreja hoje clama por uma reforma contra as distorções dos ensinamentos do verdadeiro evangelho.


 Este livro de Renato Vargens não é apenas uma denúncia do estado em que segmentos da igreja evangélica brasileira se encontra. A história desta lembra a descrição oferecida pelo mártir cristão Dietrich Bonhoeffer, ao falar do estado da religião que ele encontrou nos Estados Unidos em meados de 1930:Protestantismus ohne Reformation, “protestantismo sem reforma”.
Tristemente, vocábulos importantes da fé cristã, como pecado, arrependimento, juízo, justiça, cruz, e até mesmo Cristo e ressurreição vão desaparecendo do discurso de parte dos evangélicos brasileiros.
Em algumas faculdades teológicas e mesmo denominações há aqueles, associados ao liberalismo teológico, que substituíram a confiança na revelação pela suposição de que se pode encontrar a verdade por meio da racionalidade, como se, do começo ao fim, Deus não viesse a nós, em revelação. Entre os novos movimentos religiosos neopentecostais há aqueles que supõem poder controlar pelo uso de palavras mágicas o Deus vivo, o Senhor dos exércitos, o todo-poderoso Pai, Filho, Espírito Santo. Melancolicamente, estas palavras, definidoras do cristianismo, foram esvaziadas e substituídas por todos aqueles associados a estes grupos.
Todos estes abandonaram o Evangelho, correndo atrás de outro tipo de anúncio (Gl 1.6-9), mera perversão ou caricatura, mas não a boa nova da salvação de que, por meio da morte e ressurreição de Cristo, pecadores podem ser justificados pela fé somente.
O que essa obra oferece é um chamado ao fundamento da fé cristã, como encontrado nos famosos lemas que resumem o cerne da mensagem bíblica e evangélica: Deus fala a todos somente na Escritura (sola Scriptura); somos salvos somente
pela graça imerecida (sola gratia), que vem aos pecadores somente por meio da morte de Cristo (solus Christus); e este é recebido pela fé somente (sola fide); para que em tudo somente Deus receba o louvor e a glória (soli Deo gloria).
Precisamos receber e nos agarrar esta mensagem bíblica e evangélica com toda a seriedade. E sobre isso faríamos bem em ouvir com temor o reformador Martinho Lutero. Em 1522, ele preparou uma série de sermões de Natal para sua congregação, e num deles afirmou:
O guarda de um bordel público é menos pecador que o pregador que não entrega o verdadeiro Evangelho, e o bordel não é tão ruim assim como a igreja do falso pregador. (…) Isto os surpreende? Lembrem-se de que a doutrina do falso pregador não causa nada mais que dia-a-dia desviar e violar almas recém-nascidas no batismo — cristãos jovens, almas tenras, noivas virgens, puras e consagradas a Cristo. Considerando que o mal é feito espiritualmente e não fisicamente como num bordel, ninguém o observa: mas Deus está incomensuravelmente descontente.
Que Deus use esta nova obra de meu querido irmão Renato Vargens para quebrantamento, renovação e retorno a Deus, que é rico em misericórdia, não apenas para renovar nossa alegria nele, mas também para nos conceder novo alento
e renovada paixão para pregar a Escritura Sagrada, “o berço pelo qual o Cristo vem a nós” (Lutero).
Franklin Ferreira
Diretor do Seminário Martin Bucer

Apresentação do livro “Reforma Agora” de Renato Vargens por Franklin Ferreira.

07 razões porque os cristãos estão procurando igrejas sérias.



Em todo lugar no Brasil cresce o número de cristãos procurando igrejas sérias. Tornou-se comum, ouvir irmãos dizendo que cansaram do evangelho da autoajuda, do entretenimento, da prosperidade, do gospel e da libertinagem. De fato há uma enorme procura por igrejas bíblicas e centradas nas Escrituras, cujos pastores pregam as maravilhosas verdades do evangelho. 

Isto posto, resolvi elencar sete razões porque os cristãos estão procurando igrejas sérias, senão vejamos:

1- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque cansaram de ouvir pregadores  fracos e despreparados tanto bíblica quanto teologicamente, 

2- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque não suportam mais ouvir mensagens antropocêntricas cujo foco é a satisfação do freguês e não a glória de Deus.

3- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque não suportam mais uma igreja com louvores ensimesmados, cujo conteúdo encontra-se absorto em autoajuda.

4- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque não suportam mais ver o dinheiro e os recursos do Reino de Deus sendo mal administrados por pastores inescrupulosos. 

5- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque não suportam mais ouvir heresias, distorções teológicas, e absurdos doutrinários dos mais variados possíveis.

6- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque estão cansados de mensagens legalistas, desprovidas de graça e sabedoria.

7- Os cristãos estão procurando igrejas sérias porque estão cansados de apóstolos, bispos e pastores messianistas, cuja o evangelho pregado é espúrio, "coronelesco", despótico e ditatorial. 

Pense nisso!

Renato Vargens

CORONEL JOÃO DOURADO (1854-1927)

Alderi Souza de Matos João da Silva Dourado nasceu em Caetité, sul da Bahia, no dia 7 de janeiro de 1854. Era filho de João José da Silva Do...