terça-feira, 28 de maio de 2013

ORIGEM DA CIDADE DE WAGNER BA

    INSTITUTO PONTE NOVA






HOSPITAL DA CIDADE







    IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
                                               


Wagner teve início com o surgimento de um núcleo residencial às margens do rio Utinga com a denominação de Cachoeirinha, pertencente a Morro do Chapéu. Por ai passava a estrada que levava as boiadas e os tropeiros que faziam o comércio das Lavras Diamantinas com a Chapada Velha e a região do São Francisco.
Em 1981, a população da crescente povoação solicitou à administração municipal a mudança do nome para Wagner, em homenagem a Franz Wagner, alemão radicado no local que prestou ´enorme assistência à população` durante o período da seca que flagelou o sertão nos anos anteriores. Em 1915, a então vila de Wagner foi elevada à categoria de município por decreto do Governador J.J. Seabra. Sobrevivia da indústria manufatureira de cana de açúcar, produzindo cachaça, rapadura e da agricultura e pecuária de subsistência. São dessa época os utensílios domésticos feitos em ferro, barro ou louça, alguns importados - os ferros a carvão, o fole, as panelas de ferro fundido, os candeeiros e lampiões a querosene.
No inicio do século passado chegou a Wagner um grupo de missionários presbiterianos, vindo dos Estados Unidos com a intenção de fundar em território baiano uma missão encarregada de difundir a fé, promover a educação e a saúde entre os sertanejos. Rechaçados de cidades maiores como Palmeiras e Lençóis, adquiriram a Fazenda Ponte Nova, no distrito de Itacira, município de Wagner e ai fundaram uma igreja, uma Escola Normal, que formava professores do ensino primário, um hospital, bastante moderno e equipado, e a primeira escola de enfermagem da Bahia. 
Ponte Nova passou, então, a ser um pólo irradiador de educação e cultura no interior da Bahia e o conjunto de construções do hospital, escola, igreja e internato sobrevivem como um marco arquitetônico importante para o município e para o Estado.
O tempo ainda corria devagar e a indústria estava engatinhando no sul do país. As roupas eram feitas sob medida por costureiras e alfaiates, em máquinas movidas à manivela ou a pedal. Roupas e objetos eram guardados e transportados em baús de madeira e couro. Os grãos eram triturados em grandes pilões de madeira e os temperos em pilões menores, sem enfeites. Muitos objetos eram adaptações feitas com produtos locais, como o bogue - isqueiro feito com chifre - , a binga - porta rapé também feito com chifre -, ou o fifó - pequeno candeeiro adaptado de latas e frascos de barro ou de vidro.
As dificuldades eram inúmeras. As distancias eram ampliadas pelas deficiências dos transportes e das comunicações, o que agravava o isolamento do sertão com relação ao litoral. Simples e com pouco ou nenhum ornamento, as edificações, móveis e objetos construídos no local primavam pela solidez, durabilidade e funcionalidade, atestando a habilidade técnica e inventividade dos artesãos. 
A partir da revolução de 30, a política industrial de Vargas determinou o fim dos pequenos engenhos de cana, provocando a retração e posterior decadência do município e que culminou com sua anexação a Lençóis, então o centro econômico, social e político da Chapada Diamantina. 
Enquanto Wagner, em depressão, se retraia cada vez mais, Ponte Nova florescia. Sob os auspícios da missão presbiteriana, cresceu a população local, atraindo gente de fora. Novos tempos, novos hábitos e novos conhecimentos marcaram esse período, trazidos pelos missionários e seus sucessores. Em 1962, Wagner foi novamente alçado à posição de município, desmembrado de Lençóis, com um distrito - Cachoeirinha e tendo como sede a antiga vila de Itacira, também conhecida como Ponte Nova, consolidando-se como um centro importante de educação e saúde.
Com a dissolução da missão presbiteriana e as novas orientações educacionais emanadas pelo MEC, os equipamentos escolares foram, alguns, incorporados à Secretaria Estadual de Educação, ou ao Ministério da Educação. Outras, como a antiga escola de enfermagem passaram para particulares. As edificações, algumas subutilizadas, ainda atestam a capacidade técnica de seus construtores e representam belos exemplares da arquitetura neoclássica. 
Cachoeirinha, em consequência da estagnação econômica, manteve em grande parte seu caráter original, conservando traços de sua antiga beleza, um casario exuberante com seus arcos ogivais. 

Colaboração: Sandy Rosane / Dau Querioz (historiadora)

Um comentário:

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