quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Vivendo a partir do centro



Em 1941, Thomas R. Kelly escreveu um dos textos mais fantásticos sobre ansiedade e cansaço: A Testament of Devotion – Nova Iorque: Harper and Brother. Sua atualidade é ainda hoje impressionante. Veja o que ele diz:

Nossas vidas na cidade moderna tornam-se demasiado complexas e cheias. Mesmo as obrigações que consideramos absolutamente necessárias, aumentam a cada dia, e quando percebemos, já estamos sobrecarregados de reuniões, cansados e apressados, cumprindo ofegantes uma roda viva de compromissos. Somos muito ocupados para sermos boas esposas, bons maridos, bons pais, e bons amigos, e não temos tempo algum para sermos amigos daqueles que não tem amigos. E quando tentamos nos retirar desses compromissos para passar algumas horas com a família, as responsabilidades da cidadania sussurram no nosso ouvido e perturbam o nosso sossego.

Ele continua afirmando: “Com uma finalidade frenética, tentamos cumprir o mínimo aceitável de compromissos, mas vivemos esgotados e exaustos. Reconhecemos e lamentamos o fato de que nossa vida está se esvaindo, dando-nos tão pouco da Paz, gozo e serenidade que pensamos que deverá proporcionar a uma alma superior. Os momentos para as profundezas do silêncio do coração parecem tão raros. Com uma tristeza culposa adiamos para a semana que vem aquela vida mais profunda de serenidade inabalável na Santa Presença, onde sabemos que está o nosso verdadeiro lar, porque esta semana está muito cheia”.

Brennan Manning afirma que o grande desafio que temos para vencer tais demandas é viver a partir do centro, porque esta é a única forma de nos libertarmos da tirania da pressão dos nossos iguais. Quando viver para agradar o Pai, como fez Jesus, torna-se mais importante que agradar as pessoas. Por isto Jesus eventualmente se afastava das exigências das pessoas e multidões, e dos julgamentos moralistas dos religiosos, para se encontrar com o Pai.

Desta forma, Jesus foi capaz de olhar ao redor sem ansiedade ou medo da rejeição das pessoas.

Kelly narra a história pessoal de John Woolman (alfaiate Quacker do século XVIII). Ele Simplificou sua vida à base de sua relação com o Centro divino. Nada mais valia tanto quanto a atenção à Raiz de todo viver que ele descobria dentro de si mesmo. Nunca permitiu que as exigências do seu negócio ultrapassassem suas necessidades reais. Sua vida exterior tornou-se simplificada à base de uma integração interior. Descobriu que podemos ser homens e mulheres guiados pelo céu, e se rendeu completamente, sem reservas àquela orientação, tornando-se aquecido e próximo ao Centro.

Rev Samuel Vieira.

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